Correio Braziliense
postado em 28/07/2020 04:06
As escolas públicas do Distrito Federal reabriram as portas ontem, mas, em vez de professores e alunos, equipes da Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde entraram nas salas de aula. O primeiro colégio a receber os agentes foi o Centro de Ensino Médio Urso Branco, no Núcleo Bandeirante, que passou por um processo de sanitização com hipoclorito de sódio, princípio ativo da água sanitária, para prevenção contra o novo coronavírus. O mesmo ocorrerá nas outras 686 unidades da rede pública, que se preparam para receber os 460 mil estudantes e 35 mil servidores de forma escalonada, a partir de 3 de agosto (veja Cronograma). Enquanto isso, a rede privada coloca em prática os protocolos de saúde e acompanha o embate judicial que suspendeu o retorno previsto para ontem e autorizou atividades presenciais após 6 de agosto.
As escolas públicas continuarão a receber nesta semana as 15 equipes e 70 pessoas do programa Sanear, criado no fim de março para desinfectar áreas com grande circulação de pessoas. A ação é uma das primeiras etapas para a programação de volta às aulas. O próximo passo é a testagem de servidores, com início na próxima segunda-feira. O secretário de Educação, Leandro Cruz, e o secretário executivo das Cidades, Valmir Lemos de Oliveira, acompanharam a higienização do CEM Urso Branco e reforçaram que a sanitização com hipoclorito de sódio será feita a cada 15 ou 20 dias, para reforçar a limpeza manual diária das equipes das instituições.
“Tudo o que está sendo pensado para o retorno é baseado na segurança, na rigidez de protocolos, observando a curva epidêmica. Teremos essa desinfecção a cada 15 dias, com uma limpeza diária na volta dos estudantes. Deixaremos um espaço de duas horas entre um turno e outro para que esse procedimento seja feito”, disse o secretário de Educação, Leandro Cruz. Ele destacou que essas são as ações base do momento, complementadas nas próximas semanas. “Também vamos contar com tapetes sanitizantes na entrada, medição de temperatura, testagem de professores e garantia de testagem de qualquer aluno ou profissional que demonstre qualquer sintoma. Está sendo feito um protocolo, um conjunto de medidas que seja capaz de garantir a volta às aulas gradual, segura e baseada na observação científica da curva epidemiológica”, detalhou Leandro.
Além disso, há educadores que pensam outras formas de minimizar os riscos. O diretor do CEM Urso Branco, Dreithe Thiago Ribeiro, preparou um armário com luzes que emitem radiação ultravioleta para a desinfecção de livros, papéis e apostilas. “Atualmente, trabalhamos com a plataforma virtual, com as teleaulas e a entrega de conteúdos impressos. Percebemos que os professores tinham receio de pegar o material que passa pela mão do aluno e tem certa circulação. Por isso, tive a ideia de fazer um armário que faz a desinfecção dos papéis assim que eles voltam à escola. Com duas horas dentro do armário, a luz faz a descontaminação”, explicou.
Na transição das aulas on-line para atividades presenciais, a rede pública prepara-se para buscar soluções aos pais que continuarem inseguros com o retorno. “Dependendo do que a Secretaria de Educação propuser, podemos dialogar e manter o aluno no ambiente virtual”, destacou Dreithe.
Cronograma
3 de agosto
• Escolas, faculdades, e demais instituições de ensino da rede pública podem voltar a funcionar
De 3 a 14 de agosto
• Profissionais da educação serão testados para a covid-19
De 17 a 28 de agosto
• Ambientação profissional dos profissionais das carreiras magistério e assistência, com formação para os protocolos de segurança nas escolas, de acordo com as orientações das autoridades de saúde pública
31 de agosto
• Educação de Jovens e Adultos (EJA) e educação profissional
8 de setembro
• Ensino médio
14 de setembro
• Anos finais do ensino fundamental
21 de setembro
• Anos iniciais do ensino fundamental
28 de setembro
• Educação infantil
5 de outubro
• Educação precoce e classes especiais
Sinepe avalia recurso
Ficou sem conclusão a reunião realizada ontem com representantes do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe/DF) para decidir se entram com recurso contra decisão judicial que suspendeu o retorno das aulas na rede privada. As escolas particulares estavam autorizadas a retomar as atividades presenciais ontem, mas, na sexta-feira, o Ministério Público do Trabalho no DF (MPT/DF) recorreu à Justiça para pedir novas datas e recomendações. O processo foi julgado no sábado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), que suspendeu a volta às aulas na rede privada por 10 dias, autorizando a reabertura a partir de 6 de agosto.
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