Cidades

Correio é premiado por denúncias sobre candidatos laranjas do Pros no DF

A série de reportagens O pomar do Pros, de Alexandre de Paula e Ana Viriato, foi a campeã da 8ª edição do Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal, na categoria Jornal Impresso

Correio Braziliense
postado em 31/07/2020 06:00
páginas de jornaisO Correio Braziliense foi vencedor, na categoria Jornal Impresso, na 8ª edição do Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal, com a série de reportagens O pomar do Pros, de autoria dos jornalistas Alexandre de Paula e Ana Viriato. Cerimônia ocorreu, ontem, de forma virtual, devido à pandemia do novo coronavírus, A série, formada por cinco reportagens publicadas entre fevereiro e novembro de 2019, denunciou irregularidades na prestação de contas do partido Pros nas últimas eleições à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). E, ainda, mostrou possíveis irregularidades semelhantes na esfera federal.

Na prestação de contas, o Pros afirma ter gastado R$ 5,7 milhões em material gráfico para a campanha de 33 candidatos a deputados distritais. Os concorrentes, no entanto, negam ter recebido o recurso. Juntos, eles conquistaram 11,9 mil votos no pleito.

A reportagem motivou denúncia, em março de 2019, do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Eleitoral, pedindo oitiva de candidatos para esclarecimento dos fatos. Em agosto, o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE/DF) expediu mandados de busca e apreensão para a sede do partido, no Lago Sul, e para a gráfica da legenda, em Planaltina de Goiás. Com a determinação, a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar supostas fraudes, que reforçou suspeitas sobre superfaturamento de contas da sigla.

Três anos consecutivos

Para Alexandre de Paula, o prêmio é um atestado da importância do jornalismo para a democracia brasileira. “Vencer o Prêmio República com esse trabalho é muito gratificante, sobretudo, porque é uma história que, muito provavelmente, não seria apresentada se não tivéssemos mergulhado nessa apuração e buscado os detalhes. Nossas reportagens expuseram um possível esquema, que tinha tudo para ficar oculto”, analisa o jornalista.

“Só foi possível fazer essa série graças ao apoio de toda a equipe do Correio, do caderno Cidades e dos nossos editores. Em um momento em que o jornalismo é tão contestado e, ao mesmo tempo, tão necessário, ter o trabalho valorizado é uma motivação muito forte para seguir em frente”, conclui.

É o terceiro ano consecutivo em que o Correio vence o Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal, na categoria Jornal Impresso. Em 2019, a reportagem Memórias de mercenários, a verdade sob ataque, de autoria de Leonardo Cavalcanti, foi a ganhadora. No ano anterior, Guilherme Goulart e Natália Lambert assinaram a reportagem vencedora, Césio 137: 30 anos de um inimigo invisível.

Outra série do Correio concorreu à categoria, este ano. A Elas no Alvo, das jornalistas Adriana Bernardes, Deborah Fortuna e Helena Mader, é composta por cinco reportagens que abordaram a temática da violência contra a mulher por meio de relatos, dados sobre o crime, entrevistas com especialistas, serviços e denúncias. O conteúdo está disponível na seção de reportagens especiais do site do Correio Braziliense.

A terceira finalista, deste ano, da categoria foi Miséria dourada: garimpo ilegal de ouro na maior terra indígena do Brasil, publicada pelo jornal O Globo de autoria de Vinicius Sassine e Daniel Marenco.

On-line

O Prêmio República de Valorização do Ministério Público é uma iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Criada, em 2013, com o objetivo de identificar e dar visibilidade à atuação dos membros do Ministério Público Federal, a iniciativa, também, contempla projetos da sociedade civil e reportagens da imprensa brasileira.

A comissão julgadora dos trabalhos jornalísticos, deste ano, foi formada por pelos jornalistas Brunno Mello (CBN), Caio Junqueira (Rede CNN), Amanda Rossi (Abraji), Diego Iraheta (Huff Post), Felipe Recondo (Jota) e Sônia Blota (TV Band).

Devido à pandemia de covid-19 no Brasil, a 8ª cerimônia de premiação foi adiada — ela geralmente é realizada em junho. Por recomendação Organização Mundial da Saúde (OMS), o evento ocorreu de forma virtual, por meio de uma live no YouTube. A solenidade está disponível no canal da TV ANPR na plataforma.

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