Cidades

Servidores públicos são presos sob suspeita de aplicar golpe em aposentados

As prisões ocorreram na manhã desta quarta-feira (5/8) pela Polícia Civil, que investiga possíveis envolvidos no DF, Goiás, Minas Gerais e Paraná

Correio Braziliense
postado em 05/08/2020 11:45
Polícia apreendeu documentos relacionados aos acusadosDois servidores públicos, um da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e outro do Banco do Brasil, foram presos suspeitos de integrar organização criminosa que aplicava golpes contra servidores federais aposentados. As prisões ocorreram durante operação da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (5/8).

Outras seis pessoas foram alvos de mandado de prisão preventiva e um está foragido. Ao todo, oito pessoas estão presas e foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, simultaneamente, no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Paraná. As investigações estão sob o comando da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam I). 

Segundo os investigadores, o grupo criava associações de servidores públicos de fachada, vendia falsos seguros de vida e promovia o golpe por meio de descontos nos contracheques de servidores e apropriação de valores. Com a criação da associação de fachada, o grupo obtinha os códigos de benefício social de servidores. 

De acordo com a delegada-chefe da Deam, Sandra Gomes, os servidores presos podem ter facilitado o acesso aos dados dos servidores aposentados. “Associação criminosa é dividida em tarefas. Alguns se passavam por vendedores de seguro, outros conseguiram o contracheque das vítimas. Estamos investigando se eles eram os responsáveis por essa última parte”, disse a delegada.

A Operação Strike 2 é o desdobramento de uma realizada em 2018, que investigava o mesmo grupo acusado de praticar estelionato contra servidores federais aposentados. À época, no cumprimento das diligências, a polícia encontrou vários documentos que apontavam a diversificação das vítimas. Com o material em mãos, a Deam conseguiu manter as investigações e prender o líder do grupo. Ele segue preso até hoje pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro.

Com a prisão do cabeça da associação criminosa, familiares dele continuaram o trabalho. Na operação realizada na manhã desta quarta-feira (5/8), foram apreendidos documentos,  computadores, uma quantia em dinheiro e dois carros, um deles da marca BMW. “Desde 2018, estamos trabalhando com medidas cautelares, como queda de sigilo fiscal, escutas e chegamos aos indícios de que estávamos diante de uma organização criminosa”, afirmou a delegada. 

Até a manhã de hoje, havia foram contabilizados mais de 500 vítimas. A Polícia Civil acredita que no decorrer das investigações novas denúncias apareçam. “Já intimamos mais 20 pessoas, porque acreditamos haver mais envolvidos. Assim, queremos sensibilizar os aposentados que se identificarem similaridade com o caso, olhe o contracheque e registre boletim de ocorrência”, disse Sandra Gomes. 

Os envolvidos presos responderão por estelionato e lavagem de dinheiro. “Caso sejam condenados, a pena vai variar, de acordo com o número de vítimas”, explicou a delegada.

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