Cidades

Crescimento no número de enterros em julho é o maior desde início pandemia

Na comparação com o ano passado, o número de sepultamentos aumentou 78,59%

Correio Braziliense
postado em 05/08/2020 15:58
Dos 1.802 sepultamentos nos cemitérios da capital em julho,  851 são de vítimas de covid-19O número de enterros no Distrito Federal aumentou 78,59% no mês de julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Analisando os dados mês a mês, percebe-se que este é o incremento mais expressivo registrado durante a pandemia. Em julho, foram 1.802 sepultamentos nos cemitérios da capital federal e quase metade deles, 851,foram de pessoas vítimas do novo coronavírus. 

Ao longo do mês de julho, a secretaria de Saúde do Distrito Federal registrou 849 mortos pelo novo coronavírus. Desses, 83 eram moradores de outros estados. Atualmente, o DF contabiliza 1.572 óbitos pela covid19, sendo 140 de outras unidades da Federação.

O aumento no número de enterros e de mortos acompanha a redução de taxa de isolamento. Nos meses de março e abril, quando as medidas sanitárias de distanciamento foram colocadas em prática e a taxa de isolamento social passou de 62%, houve queda no número de enterros. No cemitério de Brazlândia, por exemplo, a redução na quantidade de sepultamentos nesses meses foi de praticamente metade. 

Enterros no semestre

Nos seis primeiros meses do ano o aumento no número de enterros foi de 4,12%. Em 2020, durante a pandemia, 6.056 mortos foram enterrados nos cemitérios públicos do DF. No mesmo período, em 2019, foram 5.816. 

Entre as seis unidades públicas da capital federal, as que mais fizeram sepultamentos foram Ceilândia e Taguatinga, com 2.155 e 2.042 enterros respectivamente. Já as unidades que registraram maior incremento no número de sepultamentos são Plantina, com crescimento de 21,65% na quantidade de enterros ao longo do semestre, e Ceilândia, com crescimento de 16,99%.
 
Por outro lado, duas unidades registraram redução no número de enterros, mesmo durante a pandemia. Em Taguatinga foram enterrados 2.088 corpos ao longo do primeiro semestre de 2019. Em 2020, foram 2.042. Redução mais expressiva é encontrada na unidade de Brazlândia, onde o número de enterros caiu 26,41%. Ao longo da pandemia, 26 pessoas morreram pelo novo coronavírus na Região Administrativa.
 
Para o virologista José Eduardo Levi, o aumento no número de enterros durante a pandemia está obviamente relacionado à redução da taxa de isolamento e a tendência é que esses números aumentem com as medidas de flexibilização que vêm sendo aplicadas. O médico explica que seria necessária uma taxa de ocupação dos leitos muito inferior para que a retomada das atividades fosse segura. “Ao promover a reabertura do comércio, não há dúvida que vai aumentar o número de casos. Claro que podemos pode tentar minimizar, com os cuidados essenciais, uso de máscara, higienização constante, mas vai aumentar. A taxa boa para poder abrir os comércios seria 50%; Beirando os 80% , variando a 100% não dá. Essa decisão de reabrir é prematura.”

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