Paloma Oliveto
postado em 22/06/2009 20:47
Palmas ; Ou o planeta descobre um novo sentido à palavra desenvolvimento ou está fadado à extinção. O alerta foi dado hoje pelo sociólogo, historiador e antropólogo francês Edgar Morin, diretor emérito do Centro de Pesquisa Científica da França e fundador do Centro de Estudos Transdisciplinares da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Ele participa do seminário internacional Crise Civilizacional: Distintos Olhares, em Palmas (TO).Considerado um dos maiores pensadores da atualidade, Morin afirmou, em entrevista à imprensa, que o mundo já está muito atrasado na solução da crise ambiental, intensificada a partir da Segunda Revolução Industrial, no século 19. "A modernização, a ocidentalização, fazem a degradação da biosfera e a consequência é que o perigo voltou-se contra nós", disse. "Não há bastantes decisões para mudar esse cenário. E sem o interesse dos governantes, a degradação será ainda maior", disse.
De acordo com Morin, ainda não se sabe o ponto de irreversibilidade das catástrofes provocadas pela degradação ao meio ambiente. "É muito difícil saber a amplitude. Mas sabemos que a degradação da natureza está correlata à degradação de nossas vidas", afirmou. Ele lembrou que o Brasil não pode deixar que a economia predatória continue a desmatar a Amazônia. "A floresta é sagrada, fundamental. Espero que os dirigentes brasileiros e todo o povo tenha consciência de que ela é mais importante que a plantação de soja", disse.
O seminário internacional tem como objetivo discutir a crise global e terá participação de cientistas e filósofos de todo o mundo. Nesta terça-feira, o grande tema dos debates será o aquecimento global.