Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Robô auxilia na cirurgia de retirada de tumor do pâncreas

Uma nova técnica de retirada de tumores da cabeça do pâncreas foi inaugurada no Brasil no último mês, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. O novo método, denominado duodenopancreactomia laparoscópica robótica, utiliza métodos da laparoscopia (introdução de tubos no abdômen, sem a necessidade de grande cortes) com o auxílio da robótica. O procedimento tradicional para a retirada de tumores do pâncreas, desenvolvido em meados do século passado, não era feito sem abrir o abdômen. De acordo com o cirurgião Antonio Luiz Vasconcellos Macedo, pioneiro na utilização do robô Da Vinci Intuitive no Brasil, o corte era feito, principalmente, para reconstituir o duodeno e o canal do fígado após a retirada do tumor. O novo método é mais "suave" e não necessita da abertura do abdômen do paciente. Com apenas 5 incisões de 1 centímetro, o médico introduz uma câmera e tubos com pinças robóticas para a realização do procedimento. As pinças, controladas pelo cirurgião por meio de um joystick, reproduzem o movimento das mãos com sensibilidade ultrafina, possibilitando qualquer reconstituição com precisão. Todos os movimentos são acompanhados pelo monitor do equipamento. Macedo explica que, além da precisão que a ferramenta possibilita, o desconforto do paciente no processo pós-cirurgíco é menor. "Utilizar esse robô compensa pelo conforto do paciente, que não vai ter um corte de 30 centímetros na barriga e no outro dia já pode andar normalmente", acrescenta ao lembrar que sem a utilização do robô, a recuperação leva no mínimo três semanas. O cirurgião, que já realizou dois procedimentos utilizando o Da Vinci Intuitive, conta que a tendência da medicina é que as cirurgias sejam feitas com o mínimo de cortes. "Esse robô surgiu para ampliar as possibilidades da laparoscopia. E essa é a tendência: cirurgias de precisão sem a necessidade de cortes no paciente", concluiu.