postado em 02/07/2009 08:37
Quase 500 pequenas variações genéticas seriam responsáveis por ao menos um terço do risco de desenvolvimento de esquizofrenia. É a conclusão de três estudos publicados na quarta-feira (1/7) pela revista científica britânica "Nature".
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que afeta aproximadamente 1% da população mundial. Manifesta-se por meio de episódios agudos de psicose que podem incluir alucinações e delírios. Além disso, apresenta diversos sintomas crônicos como transtornos afetivos, intelectuais e psicomotores. É considerada hereditária em ao menos 70% dos casos.
Uma parte da pesquisa, realizada com cerca de mil pacientes, sugere também a existência de raízes genéticas comuns entre a esquizofrenia e o transtorno maníaco-depressivo, também conhecido como transtorno bipolar. A análise dos resultados dos três trabalhos, que utilizaram conjuntamente uma amostra de 8.014 pessoas com esquizofrenia e outras 19.090 pessoas não acometidas pela doença, ressalta em particular uma área do cromossomo 6 conhecida por ter genes vinculados à imunidade e às infecções. Também foram analisados genes que intervêm no controle da ativação ou desativação dos outros genes.
Essa associação poderia explicar como fatores do contexto em que a pessoa vive afetam os riscos de desenvolvimento de esquizofrenia, segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH). Mais de 450 variações na zona suspeita do cromossomo 6 e uma área do cromossomo 22 figuram entre os locais genéticos que mostram vínculos mais intensos com a esquizofrenia. O grupo SGENE, que também investiga a esquizofrenia, apontou ainda uma associação entre variações em cromossomos para a elucidação científica do déficit de atenção (TDAH) e das falhas de memória.