Agência France-Presse
postado em 16/07/2009 16:02
A Lua, novamente cobiçada no mundo, 40 anos depois dos primeiros passos dados em sua superfície por astronautas, é testemunha preciosa da história e dos segredos do nosso Sistema Solar desde o seu nascimento, há 4,5 bilhões de anos, possuindo importante reserva de recursos naturais, como oxigênio, hidrogênio, silício e hélio.
O único satélite natural da Terra, situado a 384.402 km de distância, continua sendo misterioso apesar das seis missões americanas que tocaram o solo lunar, realizadas no âmbito do programa Apollo, entre 1968 e 1972.
"Em nenhuma outra parte podemos contemplar com tanta clareza a época em que a Terra e os outros planetas do nosso sistema solar se formaram", destacou em um estudo recente a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
"O interior da Lua conservou intacta a história das primeiras etapas da evolução planetária e sua superfície sem ar também dá um testemunho contínuo da história terrestre e da ação solar", acrescentou.
"Somente voltando à Lua poderemos fazer novas explorações científicas e sanar as lacunas em nossa compreensão do sistema solar", concluiu a Academia, que recomenda a volta das missões tripuladas à Lua.
[SAIBAMAIS]Além das informações preciosas que contém sobre nossa origem, a Lua apresenta em sua superfície, uma camada de poeira denominada regolito com vários metros de espessura e produzida pelo impacto de meteoritos, oxigênio de fácil extração. Também há hidrogênio em quantidade menor.
O oxigênio e o hidrogênio podem ser utilizados para fabricar combustível para motores de foguetes, o que poderia reduzir consideravelmente os custos da exploração espacial, permitindo lançar naves além da atmosfera terrestre.
O regolito lunar também contém silício, que pode ser utilizado para fabricar painéis solares. Várias empresas estudam a possibilidade de produzi-los na Lua com o propósito de fornecer eletricidade às colônias que se estabeleceriam ali no futuro.
O solo lunar também tem importantes reservas de hélio-3, um isótopo não-radioativo de hélio muito raro na Terra e buscado na fusão nuclear.
A Lua conteria um milhão de toneladas de hélio-3, quando apenas 25 toneladas seriam suficientes para satisfazer as necessidades dos Estados Unidos e da União Européia.
Tamanho potencial levou a empresa russa Energia Space Corporation a apresentar, recentemente, um projeto para criar uma base permanente na Lua dentro de 10 anos e começar a extrair o precioso isótopo antes de 2020.
De qualquer forma, a tecnologia para a exploração deste recurso ainda é muito preliminar.