Agência France-Presse
postado em 31/08/2009 19:40
Os pequenos tumores cancerosos da próstata considerados de baixo risco podem não ser tratados durante vários anos sem risco de óbito, destaca um estudo publicado nesta segunda-feira pelo Journal of Clinical Oncology (JCO)."Graças ao teste sanguíneo PSA (antígeno prostático específico), há 23 anos estamos detectando o câncer de próstata cada vez mais cedo", explica o Dr Martin Sanda, professor de cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard (Massachusetts), principal autor do estudo.
"Os testes permitem diagnosticar tumores da próstata tão minúsculos que não representam risco a curto prazo e, eventualmente, mesmo a longo prazo", destaca o estudo.
Segundo o Dr. Sanda, os testes também permitem "aos medicos iniciar mais cedo, e com sucessso, os tratamentos agressivos contra o câncer de próstata de alto risco".
O médico baseou suas conclusões em um vasto estudo, que envolveu 51.529 homens desde 1986.
Os participantes responderam a um questionário, a cada dois anos, sobre seu estado de saúde e sobre se tiveram um câncer de próstata diagnosticado.
O câncer foi confirmado em 3.331 participantes entre 1986 e 2007, e 342 decidiram retardar o início do tratamento por um ano ou mais.
Dez a quinze anos depois, em média, os que escolheram esperar não haviam começado o tratamento.
Os autores do estudo analisaram os históricos médicos de todos os pacientes, em média oito anos após o diagnóstico, e compararam os que optaram por um tratamento agressivo (cirurgia, radioterapia ou terapia hormonal) e os que decidiram esperar antes de serem tratados.
"Nós constatamos que a taxa de mortalidade foi muito baixa entre os homens acometidos de câncer de próstata de baixo risco", destacou o Dr. Sanda.