Ciência e Saúde

Pesquisador da UnB identifica 28 espécies de peixes na Água Mineral

postado em 13/09/2009 11:57
Apesar da ocupação urbana desenfreada que os grande centros sofrem, a biodiversidade vem se mostrando preservada em alguns pontos e surpreendendo pesquisadores. Um exemplo disso é a descoberta de 11 espécies de peixes no Parque Nacional de Brasília (PNB), popularmente chamado de Água Mineral. Os animais habitam os córregos das sub-bacias do Bananal, de Santa Maria e do Torto, desde as nascentes até partes mais próximas ao Lago Paranoá, onde esses cursos deságuam. A descoberta foi feita pelo biólogo e ecologista Pedro De Podestà, da Universidade de Brasília (UnB). Durante um ano de trabalho, ele encontrou 28 espécies de peixes que habitam o parque. Tão surpreendente quanto registrar as novas espécies foi verificar que elas são encontradas com grande frequência nesse ecossistema: correspondem a 42,9% das 28 que habitam o local. Segundo De Podestà, a descoberta só foi possível porque o local está protegido da ação humana. Além da catalogação desses peixes, o estudo pode ajudar a direcionar melhor o manejo e a preservação da Água Mineral. "O entendimento do funcionamento desses ambientes - nesse caso, dos riachos - auxilia na identificação de áreas de maior biodiversidade, áreas mais ou menos impactadas, regiões de endemismos, entre outras", diz. Para a chefe do PNB, Maria Helena Reinhardt, as pesquisas científicas feitas na unidade de conservação são muito importantes. "Elas nos trazem conhecimento, informação e principalmente instrumentos para o manejo e preservação da biodiversidade do parque." Para chegar ao resultado do estudo, o biólogo escolheu 14 pontos, divididos entre a sub-bacia do Bananal e a sub-bacia de Santa Maria e do Torto (ver arte). Cada uma foi visitada em quatro ocasiões e em diferentes épocas do ano. Foram recolhidos 8.614 peixes, a grande maioria de pequeno porte, com no máximo 15cm. O grande número de animais pode assustar, mas o pesquisador garante que, além de necessária, a coleta não prejudica o ecossistema. "A quantidade representa uma parcela pequena dos peixes que existem nos córregos e não interfere no ambiente", explica. Com o levantamento, começa a ser preenchida uma lacuna nas informações sobre peixes em riachos no Distrito Federal. Apesar do potencial da região, são poucos os estudos na área. Nas proximidades, afloram três grandes bacias hidrográficas do país, o que leva a crer que o número de espécies sem descrição científica seja ainda maior. "Esse é o primeiro estudo com comunidades de peixes nos riachos do parque. Há uma grande variedade de córregos a serem pesquisados e muito a ser descoberto", afirma De Podestà. O biólogo agora pretende fazer um estudo para levantar e caracterizar a estrutura das comunidades de peixes ao longo dos cursos d%u2019água, em uma área que abrange o DF e parte de Goiás. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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