Ciência e Saúde

No ano do bicentenário de Darwin, projeto discute roteiro do cientista na América do Sul

postado em 22/09/2009 08:42
A bordo de uma embarcação histórica, construída de madeira da Amazônia, crianças de escolas de Paraty, no sul fluminense, vão conhecer a partir desta terça (22/9) a Expedição Tocorimé- Na trilha de Darwin, que se propõe a repetir o roteiro feito pelo cientista britânico na América do Sul, há quase 180 anos.

Como parte do projeto, cerca de 60 estudantes, selecionados em três escolas, também vão bater um papo ao vivo com astronautas da Nasa. Além de responder às perguntas dos jovens, em órbita, os astronautas devem acompanhar o roteiro do Tocorimé-Pamatojari, tirando fotos de satélites.

Programada para 2010, a expedição Tocorimé partirá de Fernando de Noronha (PE) com destino à Ilha Galápagos, passando por 15 portos. Com cerca de 20 cientistas brasileiros e estrangeiros a bordo, o objetivo é catalogar espécies por meio da coleta de DNA, além de promover a ciência entre as crianças em atividades interativas durante as paradas até 2011.

;Pretendemos utilizar uma rede ligada à ciência evolucionária com base no legado de Darwin para estimular a ciência, a educação e a cultura;, disse o responsável pela expedição e capitão do Tocorimé, Marcus Lehmann.

Ele explicou que será possível acompanhar a viagem e as atividades no barco por meio da, inclusive, com imagens produzidas pelos visitantes. Representante do Museu de História Natural de Nova York para América do Sul, o Instituto Sangari, levará a exposição oficial sobre Darwin ao Tocorimé.

Na embarcação, o objetivo é disponibilizar também dois laboratórios para atividades como a extração de DNA de frutas, capacitar professores em cursos rápidos nos portos e formar lideranças jovens para monitorar as atividades no barco. Para aventura na América do Sul, a expedição Tocorimé estuda uma parceria com diversos projetos científicos, entre eles, o inglês The HMS Beagle, que quer repetir o trajeto de Darwin pelo mundo.

Durante um encontro de cientistas ontem (21), em Paraty, o biólogo da Universidade Vale do Itajaí (Univale), Leonardo Rori, destacou que no trajeto pela América do Sul há coisas para "descobrir e redescobrir". ;A informação superficial dos oceanos ajuda a reconhecer biodiversidade e mudanças climáticas globais.

Em uma embarcação suave como o Tocorimé, talvez, seja possível acessar informações que em navios maiores, que geram poluição e barulho poderia ser mais difícil;, explicou. Em 1831, o cientista Charles Darwin partiu a bordo do navio Beagle.

Durante a viagem pesquisou em várias regiões do mundo, fósseis e plantas, relacionando as amostras ao ambiente ao modo de vida destas. Observou uma série de transformações e adaptações em relação aos fósseis, estabelecendo, assim, a Teoria da Evolução, se tornando um dos biólogos mais importantes do mundo.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação