Ciência e Saúde

Anvisa aprova equipamento que emite alerta instantâneo sobre problemas no coração

Paloma Oliveto
postado em 05/10/2009 09:55
Antes de entrar em colapso, o coração manda sinais que, muitas vezes, não são ouvidos. Uma dor na mandíbula, um incômodo nas costas ou mesmo um alerta tão silencioso que é quase possível de ser interpretado. Não à toa, de acordo com o estudo Corações do Brasil, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 300 mil brasileiros morrem, por ano, em decorrência de complicações cardíacas. Um equipamento norte-americano que chegou ao país e foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promete colocar fim ao problema. Da mesma empresa detentora da patente do marca-passo e do stent (aquela espécie de mola que serve para manter artérias desobstruídas), o AngelMed Guardian é capaz de receber os alertas e avisá-los imediatamente aos pacientes.

Trata-se de um sistema composto por um monitor implantável, do mesmo formato do marca-passo, e de um aparelho de alerta externo. Depois de passar por uma cirurgia de 40 minutos com anestesia local, o paciente fica com o marca-passo implantado no coração. O monitor examina o órgão para detectar isquemias e batimentos irregulares, em tempo real, 24 horas por dia. Diante de alguma alteração, ele emite alertas vibratórios. Para garantir que o usuário vai prestar atenção ao aviso, o aparelho externo também vibra e acende a luz amarela para avisar ao paciente que ele deve procurar um médico e, em caso de risco de infarto, emite a luz vermelha. Isso com, no mínimo, 12 horas de antecedência do ataque.

Antes da aprovação pela Anvisa, o sistema foi testado, durante um ano, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, da Fundação Adib Jatene, em São Paulo. Vinte pessoas receberam o aparelho. De acordo com o cardiologista Mário Azevedo, presidente da AngelMed, todos os casos foram bem-sucedidos. Ele destaca a experiência de uma paciente, que está documentada em forma de eletrocardiogramas, e nos estudos de caso do AngelMed Guardian, que teve a vida salva graças ao alerta recebido.

Ela estava na fila do Dante Pazzanese para receber medicação, quando o aparelho vibrou. Imediatamente, foi à emergência. Dois eletros foram realizados e não detectaram qualquer alteração. Como o monitor insistia em dar o alerta, os médicos realizaram um cateterismo e verificaram que a artéria principal do coração da paciente estava se fechando. Com um stent, ela foi desobstruída. "Se não tivéssemos feito a intervenção naquele momento, à tarde ela teria morrido", diz Azevedo.

Leia matéria completa na edição impressa do Correio Braziliense

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação