Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Esperança no tratamento da Síndrome de Down

Pesquisas alentadoras realizadas com ratos poderiam, potencialmente, levar a tratamentos destinados a crianças trissômicas, segundo estudo publicado nesta quarta-feira.

Ao nascer, essas crianças não apresentam sinais palpáveis mas, com o tempo, desenvolvem problemas cognitivos por causa de déficits de memória inerentes à trissomia 21, também chamada Síndrome de Down.

Esta incapacidade para memorizar limita a aprendizagem porque o cérebro tem dificuldades para reter experiências que permitem um desenvolvimento cognitivo considerado normal, explicam cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford (Palo Alto, Califórnia, oeste).

Seus trabalhos, divulgados na revista médica Science Translational Medecine, aportam uma nova visão sobre o mecanismo neural responsável pelo funcionamento deficitário da memória e propõem nova estratégia para corrigir os efeitos do problema com medicamentos.

O estudo realizado com cobaias que tiveram seus cérebros manipulados geneticamente, para torná-los similares aos dos portadores de trissomia, mostrou pela primeira vez que o estímulo da produção de noradrenalina melhora sua capacidade mental.

A noradrenalina é um neurotransmissor que permite a comunicação com as células nervosas.

"Se a intervenção for feita cedo o suficiente poderá ajudar essas crianças a memorizar e a utilizar informação", explicou o Dr. Ahmad Salehi, diretor do estudo.

"Teoricamente, isso poderia levar à melhoria de suas funções mentais", acrescenta no artigo.