Ciência e Saúde

Estudo mostra que discos magnéticos podem destruir células cancerígenas

Agência France-Presse
postado em 29/11/2009 18:01
Discos magnéticos ultrafinos de um mícron de diâmetro e sessenta nanômetros de espessura podem destruir células cancerígenas sem os efeitos colaterais das quimioterapias, indica um estudo publicado neste domingo pela revista científica Nature Materials. O nanômetro é uma medida de longitude equivalente à milmilionésima parte do metro. As células cancerígenas se caracterizam por uma sobrevivência anormalmente prolongada devido ao fato de que não obedecem ao processo natural de "morte programada (apoptose) ao qual se submetem as demais células. A essa característica a medicina responde com procedimentos mecânicos ou químicos suscetíveis de iniciar sua autodestruição. Nos testes de laboratório, os discos minúsculos, submetidos a um campo magnético alternativo conseguiram danificar as membranas de células cancerígenas, provocando assim sua apoptose. "Foi preciso submetê-las a apenas dez minutos a um campo magnético de baixa freqüência para obter a destruição de 90% das células cancerígenas em tubos de ensaio", destacam Elena Rozhkova, do Argonne National Laboratory (Estados Unidos), e seus colegas. O procedimento utiliza as propriedades magnéticas especiais desses microdiscos compostos de uma liga de ferro e níquel coberta por uma fina película de ouro, na qual a magnetização de todos os átomos se organiza em círculos concêntricos. Como na imagem por ressonância magnética (IRM), os microdiscos exploram uma propriedade da matéria na escala do átomo (neste caso o elétron) chamada "spin", que pode ser comparada à agulha de uma bússola que se orienta em função do campo magnético. Quando se aplica um campo magnético alternativo de baixa freqüência, os discos ultrafinos oscilam dando voltas e suas vibrações repercutem nas membranas celulares e provocam a morte das células cancerígenas. Associando os microdiscos aos anticorpos específicos para que se foquem no câncer que se quer destruir, se obtém uma técnica elegante e rápida de destruição do tumor sem os efeitos colaterais conhecidos, comentou Jon Dobson, da Keele University (Grã-Bretanha).

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