Ciência e Saúde

Os dez sinais de alerta do aquecimento do clima

Agência France-Presse
postado em 04/12/2009 16:10

PARIS - Os sinais de alerta do aquecimento climático estão se multiplicando. Segue uma lista de dez fenômenos já observáveis e que devem se agravar nos próximos anos.

O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS DO ÁRTICO, que cobrem 15 milhões de km2, começou. Isso ameaça a sobrevivência das espécies, como os ursos polares. Menos os raios solares são refletidos pelo gelo e mais o seu calor é absorvido pela água, o que acelera o derretimento. Pela primeira vez em 2008, a passagem do Noroeste - ao longo da América - e a passagem do Nordeste - ao longo da Rússia- ficaram sem gelo durante algumas semanas durante o verão.

O DERRETIMENTO DAS CALOTAS POLARES, principalmente na Groenlândia e no continente antártico, contribui para o aumento do nível dos oceanos. A diminuição da calota antártica, antes limitada à parte ocidental deste continente, atinge agora as regiões costeiras de sua parte leste.

O derretimento completo das geleiras da Groenlândia elevaria o nível dos mares em 7 metros, a da calota antártica a mais de 70 metros.

O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS DE ALTITUDE, principalmente as do Himalaia, ameaça o abastecimento de água em inúmeras regiões (norte da Índia, China). As geleiras dos Andes tropicais perderam entre 30% e 100% de sua superfície em 30 anos, a dos Pirineus podem todos desaparecer até 2050. 85% da calota polar que recobriam o Kilimandjaro em 1912 já haviam desaparecido em 2007.

A ELEVAÇÃO DO NÍVEL DOS MARES é mais rápida que o previsto porque o derretimento das calotas polares não foi levado em conta no último relatório do IPCC. Os especialistas da ONU haviam então calculado que a alta atingiria de 18 a 59 centímetros até o fim do século. A elevação pode ultrapassar um metro, afirmam ainda os especialistas em clima. Estados insulares, como as Maldivas, serão engolidos. Regiões costeiras muito densamente povoadas (Bangladesh, Vietnã, Holanda) e inúmeras megalópoles estão ameaçadas.

OS RECIFES DE CORAIS, que abrigam um terço das espécies marinhas do planeta, além de meio bilhão de pessoas, e protegem as costas dos maremotos, estão ameaçados pela acidificação dos oceanos: uma leve queda do PH da água provoca também uma menor fixação do cálcio pelas conchas, que estão fragilizados.

OS FENÕMENOS METEOROLÓGICOS EXTREMOS são mais numerosos que antes. Haverá, sem dúvida, nos próximos anos e décadas mais ondas de calor extremo, inundações e secas nas zonas áridas.

O DESMATAMENTO DAS FLORESTAS TROPICAIS, em primeiro lugar da Amazônia, pode tirar sua capacidade de estocar carbono. Atualmente, a Amazônia recicla a cada ano 66 bilhões de toneladas de CO2, ou seja, quase três vezes o que liberam os combustíveis fósseis do mundo.

A DESERTIFICAÇÃO se intensifica, principalmente no Sahel ou no norte da China. O lago Tchad perdeu 90% de sua superfície em 40 anos, passando de 25.000 km2 a 2.500 km2.

A seca de zonas úmidas já provocou um aumento de 20% do CO2 que libera na atmosfera, segundo a ONG Wetlands International. Os principais países emissores são Indonésia, Rússia e China.

A emissão do metano contida nos solos antes gelados em permanência do Grande Norte e nos fundos marinhos (hidratos de metano) começou. O metano é um gás de efeito estufa 25 vezes mais forte que o CO2.

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