Agência France-Presse
postado em 15/12/2009 10:17
Para as ONGs presentes na conferência sobre o clima em Copenhague acabou a festa dos 22 mil delegados credenciados, já que apenas 90 representantes poderão ter acesso na sexta-feira ao Bella Center, o palácio dos congressos da capital dinamarquesa onde acontecem as deliberações.
[SAIBAMAIS]Nesta terça-feira e na quarta-feira apenas 7 mil delegados das ONGs poderão entrar no prédio; na quinta-feira a cifra será reduzida para 1 mil delegados e, na sexta-feira, dia com a presença dos chefes de Estado e de Governo, apenas 90 representantes poderão ter acesso.
Os organizadores tomaram a drástica decisão na noite de segunda-feira, ao fim de um dia de grande tensão no Bella Center, com acessos praticamente bloqueados e corredores tão cheios que quase não se podia circular, enquanto que, do lado de fora, centenas de pessoas faziam fila durante horas e sob um grande frio para poder entrar.
Para tentar regular a afluência inesperada a polícia dinamarquesa fechou por alguns momentos a estação de metrô junto ao Bella Center.
Mais de 45 mil delegados foram inscritos para acompanhar a conferência, mas o local pode receber no máximo 15 mil pessoas, explicou Axel Wustenhagen, um dos funcionários da ONU encarregado da logística.
A tensão dos organizadores e da polícia local vai aumentando à medida que se aproxima sexta-feira, dia da chegada de presidentes como Barack Obama.
Mais de 50 ONGs enviaram uma carta de protesto a Connie Hedegaard, a ministra dinamarquesa responsável pela cúpula e a Yvo De Boer, o chefe da ONU para o clima, classificando as restrições de inaceitáveis e pouco democráticas.
A afluência em massa de milhares de delegados, lobistas, jornalistas e representantes da sociedade civil a Copenhague constituiu um verdadeiro quebra-cabeças para as autoridades desta cidade de 500 mil habitantes.
A polícia, que desde 7 de dezembro mobiliza permanentemente metade de seus efetivos, pratulha as ruas para controlar as manifestações diárias.