Ciência e Saúde

Dilma considera ridícula proposta de países ricos para reduzir emissões de gás carbônico

postado em 21/12/2009 22:06
A chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministra Dilma Rousseff, considerou ;ridícula; a proposta dos países ricos de investir apenas US$ 10 bilhões por ano até 2012 para reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Ela disse que os desenvolvidos querem transferir para os países em desenvolvimento a conta do aumento do efeito estufa provocado por eles na atmosfera ao longo de décadas de crescimento.

[SAIBAMAIS];Disponibilizar US$ 10 bilhões, quando só o Brasil terá que investir US$ 16 bilhões por ano até 2020, o equivalente a US$ 160 bilhões em um prazo de dez anos, para atingir a meta de redução de emissão de CO2, que é de 36% a 39% no período, não é nada. É uma soma ridícula;, afirmou Dilma, que se mostrou decepcionada com os resultados da 15; Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-15), sobretudo com a falta de um compromisso dos países desenvolvidos com a redução das emissões.

;Não houve um compromisso jurídico, mas sim político, de tomada de decisões para o período de 2010 a 2020. O clima [na conferência] era de desconfiança e, durante todo o tempo, os países ricos tentaram dividir com os em desenvolvimento a responsabilidade, inclusive financeira, pelo aquecimento do planeta provocado pelo efeito estufa. É uma violência ao princípio da equidade querer tratar como iguais países desiguais.;
A ministra, que chefiou a delegação brasileira na COP-15, lembrou que durante toda o tempo os países desenvolvidos tentaram inviabilizar a manutenção do Protocolo de Quioto, que inclusive não constava do texto final que seria votado e só foi incluído porque o Brasil se recusou a assinar o documento sem esse ponto. ;Quase todos queriam compromissos claros, redução das emissões, principalmente pelos países desenvolvidos, mas tudo continuou na mesma e as decisões foram postergadas para a reunião do próximo ano no México.;

Foi por isso que houve "uma revolta justificada" dos países pobres, porque não se resolvem os problemas climáticos dos países pobres com os recursos que estão na mesa, explicou a ministra, ao participar de um balanço sobre a conferência da Dinamarca, ao lado do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do embaixador Luiz Alberto Figueiredo, principal negociador brasileiro na COP-15.

Também decepcionado com os resultados do encontro, Minc lembrou que muitos países ricos olhavam mais para o próprio umbigo do que para os problemas do clima. De acordo com Minc, criou-se uma expectativa de que Copenhague poderia resolver os problemas climáticos, mas o que se viu foi intolerância, egoísmo, insensatez. Ele ressaltou, no entanto, que o governo brasileiro pretende transformar essa frustração ;em um impulso forte e propositivo para que possa chegar mais à frente com posições muito mais concretas e avançadas;.

Minc garantiu que o Brasil vai fazer o dever de casa e cumprir com a proposta de reduzir as emissões de CO2 entre 36% e 39% até 2020. ;Além disso, vamos ajudar a América Latina e a África, e cobrar mais, para que esse movimento vire uma pressão positiva e possamos avançar em junho e que, em dezembro, no México, possamos fazer mais ainda.;

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