Ciência e Saúde

Terapia floral é eficaz, mas não substitui a alopatia

postado em 11/01/2010 10:00 / atualizado em 29/09/2020 11:10

"A saúde é nossa herança, nosso direito. É a completa e total união entre alma, corpo e mente. Isso não é um ideal longínquo e difícil de alcançar, mas tão simples e natural que muitos de nós o negligenciamos." Palavras do inglês Edward Bach, criador da terapia floral que leva o seu sobrenome. Médico alopata com formação na Universidade de Birmingham, ele acreditava que as doenças que acometem e atormentam o homem são manifestações de um desequilíbrio emocional e mental, fato que o incentivou a desenvolver uma terapia auxiliar no combate às causas - e não aos sintomas - da patologia. Embora não sejam reconhecidos como medicamentos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os florais de Bach são recomendados como tratamento complementar pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e se tornaram populares entre os brasileiros. A terapeuta floral Kátia Abreu explica que Bach pesquisou 38 essências de flores silvestres capazes de reorganizar emoções que desencadeiam os males. Segundo ela, a experiência do inglês no trato com doentes fez com que ele percebesse a necessidade de considerar o estado de ânimo, os medos, as inseguranças e as questões do dia a dia que afetam e influenciam em qualquer tratamento, seja ele tradicional ou alternativo. "Na verdade, Bach era um médico alopata que compreendeu que o equilíbrio emocional é fundamental para que os males sejam curados. É preciso tratar a pessoa antes da doença. Como sempre foi muito ligado à pesquisa, ele viu que as flores são fontes de energia que podem ajudar a redescobrir o nosso lado positivo", explica ela, que também é médica. Ouça entrevista com a terapeuta floral Kátia Abreu As flores utilizadas por Bach em seu sistema nascem espontaneamente na Inglaterra. O pesquisador desenvolveu dois métodos para extrair as essências por meio do calor, sem explorar o princípio ativo, ou seja, a química dessas plantas. "Na verdade, é física pura. Bach descobriu que o calor retia apenas a frequência energética da planta. Hoje, sabemos que somos energia, e os cientistas conseguem, inclusive, fotografar o campo energético da pessoa. O floral harmoniza essa força. Na prática da terapia, a mudança vai acontecendo gradativamente após a ingestão das gotas do composto floral diluídas em água", revela. No Brasil, os florais são registrados como um complemento alimentar e comercializados nas farmácias de manipulação, onde se preparam as fórmulas a partir de indicações de profissionais capacitados para receitar a terapia. "Na Europa, eles têm registro e fazem parte da farmacopeia homeopática", revela Kátia. Os terapeutas com capacitação para indicar os florais fazem questão de esclarecer que eles não substituem os tratamentos alopáticos. "Os médicos cuidam das doenças. Os florais são complementares e auxiliam a medicina tradicional à medida que agem na pessoa, ajudando na descoberta, na compreensão das suas emoções e padrões de comportamento, e promovendo o equilíbrio para a cura das doenças", observa a especialista em florais e coordenadora do Instituto Dr. Edward Bach no Brasil e em Portugal, Carmem Monari. O Conselho Federal de Medicina, por meio de uma resolução interna, determina que médicos não utilizem medicamentos que não têm respaldo científico nem divulguem os florais de Bach. "Não existem estudos metodológicos que comprovem a eficiência da terapia, por isso a nossa recomendação", justifica o vice- presidente do CFM, Carlos Vital Corrêa Lima. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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