Ciência e Saúde

Estudo mostra que morte súbita infantil pode estar vinculada a baixos níveis de serotonina

Agência France-Presse
postado em 03/02/2010 11:40
A síndrome da morte súbita infantil vincula-se a uma insuficiente produção de serotonina, um neurotransmissor importante na regulação do sistema nervoso central, segundo estudo publicado nesta terça-feira no Journal of American Medical Association (JAMA).

Os cérebros dos bebês que morrem desta síndrome produzem baixos níveis de serotonina, a substância que ajuda a transmitir mensagens entre as células cerebrais e desempenha um papel básico na respiração, na frequência cardíaca e no sono, indicaram os cientistas, que tiveram seus estudos financiados pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.

Os autores acreditam que um nível insuficiente de serotonina pode reduzir a capacidade dos recém-nascidos de responder normalmente, em caso de redução de oxigênio ou níveis altos de dióxido de carbono (CO2).

"Sabemos há tempos que fazer os bebês dormirem de rosto para cima é a forma mais eficaz de reduzir o risco de morte súbita", disse o doutor Alan Guttmacher, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, que integra o NIH.

"Este descobrimento da indícios importantes sobre a origem biológica da síndrome poderia permitir o desenvolvimento de testes para identificar os bebês de maior risco e aperfeiçoar estratégias de prevenção", disse o médico.

A síndrome da morte súbita infantil, que afeta crianças no primeiro ano de vida, é a terceira causa de mortalidade infantil neste grupo etário, e causou 2.300 mortes em 2006 nos Estados Unidos.

Para este estudo, os pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard (Massachusetts), dirigidos por Hannah Kinney, examinaram pequenas mostras do cérebro de 35 bebês vítimas de morte súbita. Estas mostras foram retiradas da zona cerebral que regula a temperatura corporal, a respiração, a pressão arterial e a frequência cardíaca.

Os cientistas determinaram que os níveis de serotonina se apresentavam 25% menores entre os recém-nascidos vítimas da síndrome da morte súbita.

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