Na última terça-feira (30), os cientistas europeus fizeram o encontro de dois feixes de partículas subatômicas na velocidade próxima a da luz que liberaram uma grande quantidade de energia (calculada em 7 trilhões de tera-eletron volts).
A participação brasileira no projeto do acelerador de partículas está na criação de um circuito que faz a leitura de dados de alta velocidade e está localizado em um dos detectores de partículas que faz a validação das informações pesquisadas. O monitoramento dessas informações ocorre no Programa de Engenharia Elétrica da Coppe (Coordenação dos Programas em Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o coordenador do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ, José Manoel Seixas, a participação brasileira dá prestígio científico ao país. ;O Brasil está desde o início deste projeto, com isso a visibilidade só aumenta e trás para dentro da ciência a indústria nacional, que ganha um selo de qualidade internacional;, avaliou.
Com o experimento do LHC, os cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) acreditam que podem confirmar as teorias da formação do universo após o Big Bang. Outra expectativa é encontrar o Bóson de Higgs, chamada de Partícula de Deus, responsável pela massa de todas as outras partículas. Acredita-se que o Bóson de Higgs também é responsável por transformar gases em galáxias e até mesmo tornar possível o ambiente para a vida.
De acordo com Seixas, os estudos do Cern são úteis em diversas áreas, da medicina ao financeiro. ;Utilizamos o sistema de apoio ao diagnóstico da tuberculose, pois no Cern temos uma plataforma diferenciada de pesquisa que possibilitou avanços neste aspecto, já na área financeira, utilizamos os conhecimentos adquiridos na base de cálculos, ou seja, a física está em vários segmentos da sociedade;, afirmou.