Ciência e Saúde

Descendentes entram em disputa por manuscritos de pai da genética

Mendel formulou as leis da hereditariedade, após estudar plantas no jardim do mosteiro austríaco em Brno, nas décadas de 1850 e 1860. Seu trabalho é considerado quase tão importante quanto o estudo Darwin sobre as origens das espécies

Agência France-Presse
postado em 02/06/2010 17:06
Uma disputa eclodiu entre os descendentes do pai da genética, Gregor Mendel, e um mosteiro austríaco por causa de um dos manuscritos do cientista, noticiou um jornal austríaco nesta quarta-feira (2/6).

A família acusou a Ordem Augustiniana, em Viena, de pressionar o sobrinho-tataraneto de Mendel, padre Clemens, ele próprio um monge augustiniano, a entregar a eles o manuscrito, noticiou o jornal Die Presse em sua edição online.

O mosteiro vienense negou as acusações. "Não houve pressão", declarou ao jornal seu prior, padre Dominic. Segundo ele, o manuscrito pertenceu por direito aos augustinianos, destacando que "Mendel foi um monge augustiniano e fez sua pesquisa como um monge augustiniano".

O padre Clemens, de 77 anos, salvaguardou o manuscrito, que tem quase 150 anos, e agora é "hora de devolvê-lo", acrescentou o padre.

Considerado o pai da genética, Mendel formulou as leis da hereditariedade, após estudar plantas no jardim do mosteiro austríaco em Brno, atualmente na República Tcheca, nas décadas de 1850 e 1860. Seu trabalho é considerado quase tão importante quanto o estudo de Charles Darwin sobre as origens das espécies.

O manuscrito no centro da disputa, "Experimentos sobre a Hibridização de Plantas", do qual foram feitas 40 cópias, na verdade foi descartado por membros de seu mosteiro em 1911, mas foi resgatado por um professor.

Após desaparecer após a II Guerra Mundial, ressurgiu em 1988 em Praga e foi entregue ao padre Clemens, que concordou com familiares em trancá-lo no cofre de um banco em Stuttgart, Alemanha, onde vive.

O manuscrito deveria ter mudado de mãos em 11 de maio, mas a família alertou as autoridades alemãs, que agora investigam se poderia ser classificado como um bem cultural, o que poderia impedir sua exportação. Até que a questão seja resolvida, o manuscrito ficará com um advogado em Stuttgart, segundo o jornal Die Presse.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação