Agência France-Presse
postado em 15/07/2010 13:44
Depois de décadas de esforços para criar uma vacina contra a Aids, as autoridades de saúde americanas começam a ver "avanços significativos" neste sentido, declarou à AFP o diretor do Instituto de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci."Até poucos anos atrás, apesar de termos buscado uma vacina por duas décadas sem êxito, não tínhamos nem a mínima ideia se estávamos na direção certa", disse Fauci à AFP.
Mas dois avanços científicos de grande importância ocorridos nos últimos anos geraram "um avanço significativo no desenvolvimento da vacina", considerou o diretor do Instituto Nacional para Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID).
O primeiro desses avanços significativos foi o teste clínico realizado no ano passado na Tailândia com um grupo de 16.000 pessoas.
"Os resultados mostraram um pequeno e modesto efeito positivo, que não foi bom o suficiente para distribuir uma vacina, mas bom o suficiente para considerá-lo um avanço conceitual que pelo menos nos fez pensar que a vacina é possível", explicou Fauci.
O segundo avanço foi registrado na semana passada quando cientistas do NIAID publicaram um artigo na revista Science sobre pesquisas que contribuíram para identificar anticorpos em um indivíduo infectado pelo vírus da Aids que foram utilizados para bloquear a doença.
"Isto mostra que é possível identificar uma parte do vírus que pode ser utilizada como vacina, porque sabemos que quando os anticorpos entram em contato com essa parte destroem o vírus", disse.
A próxima etapa consistirá em tentar injetar essa parte do vírus em um indivíduo para produzir uma resposta imunológica contra a infecção, acrescentou Fauci durante a entrevista que ocorrida antes da Conferência Internacional sobre Aids, em Viena.
O mais provável é que a vacina para a Aids leve vários anos para estar pronta, o que significa que a luta contra a doença terá que permanecer centrada em políticas de prevenção como a distribuição de preservativos e os tratamentos para bloquear a transmissão da Aids entre a mãe e o feto, considerou Fauci.