Agência France-Presse
postado em 24/08/2010 18:18
Espécies de micróbios descobertas recentemente devoram mais rapidamente do que o esperado, em mais de mil metros de profundidade, o petróleo da maré negra no Golfo do México, segundo um estudo americano publicado nesta terça-feira (24/8) na edição eletrônica da revista Science.De acordo com pesquisadores, o processo acelera a biodegradação do petróleo sem afetar consideravelmente o nível de oxigênio dissolvido na água.
"Essa descoberta, que fornece os primeiros dados científicos da atividade microbiana na dispersão de uma pluma de petróleo no fundo marinho, indica que existe um grande potencial de degradação natural de hidrocarbonetos nas grandes profundezas oceânicas", explicou Terry Hazen, ecologista microbiano do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, na Califórnia, principal autor do estudo.
"A pesquisa mostra, também, que essas populações microbianas psicrófilos - capazes de viver em profundidades marinhas com temperaturas de -5;C - e outros microorganismos próximos desempenham um importante papel no destino e nas consequências ambientais das plumas de petróleo submarinas no Golfo do México", acrescentou.
O ecologista e uma equipe de trinta cientistas fizeram a pesquisa no fim de maio sobre o habitat microbiano nas águas profundas do Golfo do México, até agora relativamente inexploradas, e caracterizadas por ter águas muito frias, grande pressão e um pouco de carbono em estado natural.
O estudo parece contradizer as conclusões de uma pesquisa publicada na edição de 20 de agosto da Science, realizada pelo instituto privado Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), segundo o qual essa biodegradação poderia ser mais lenta do que se pensava em virtude das baixas temperaturas no local.