Agência France-Presse
postado em 30/08/2010 20:24
Washington - Cientistas descobriram evidências de que um banquete foi celebrado 12 mil anos atrás, antes do início da agricultura, em uma caverna que servia como local de sepultamento na Galileia, no norte de Israel, segundo um trabalho publicado nesta segunda-feira (30/8) nos Estados Unidos.Os pesquisadores suspeitavam da existência de banquetes antes do período neolítico, iniciado há 11,5 mil anos, embora não houvesse provas, explicou Natalie Munro, da Universidade de Connecticut (nordeste dos Estados Unidos).
"Esta descoberta representa a primeira prova sólida que confirma a hipótese segundo a qual os banquetes comunitários já eram realizados e, talvez frequentemente, no início do período de transição para o surgimento da agricultura", acrescentou Munro, principal autora do trabalho publicado na revista da Academia Nacional de Ciências (PNAS) dos Estados Unidos.
O termo "neolítico" se refere à nova Idade da Pedra ou da Pedra Polida, que sucede o Paleolítico, Idade da Pedra ou da Pedra Lascada.
O neolítico, que culminou por volta de 3.500 anos a.C, foi o período durante o qual os humanos deixaram de ser predadores para se tornarem agricultores e criadores de animais.
Munro e o colega Leore Grosman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, descobriram os restos de pelo menos 71 tartarugas e outros três animais selvagens, uma densidade incomumente elevada para esse período, em duas fossas cavadas de forma especial.
Os cascos de tartaruga e as ossadas dos outros animais apresentavam marcas indicativas de que foram cortados e cozidos para consumo humano.
Segundo os cientistas, uma das fossas foi cavada no marco de um ritual de sepultamento humano e a outra, no marco de um banquete.
Na primeira, os cascos da tartaruga foram colocados voltados para baixo, ao redor e sobre os restos de uma idosa aparentemente enterrada no âmbito de um ritual, o que leva a crer que o banquete foi organizado por ocasião do funeral.