Agência France-Presse
postado em 31/08/2010 14:29
A esclerose múltipla seria mais ativa na primavera e no verão, quando novas lesões cerebrais ocorrem de duas a três vezes mais frequentemente do que no resto do ano, revelou uma pesquisa publicada nesta segunda-feira."Nosso estudo mostrou que a quantidade de novas lesões detectadas por scanners cerebrais foi de duas a três vezes mais elevado de março a agosto do que nos outros meses do ano", disse Dominik Meier, médico no hospital Brigham and Women de Boston (Massachusetts, nordeste), principal autor do estudo publicado pela revista acadêmica de neurologia americana, Neurology.
Para o estudo, os cientistas compararam imagens obtidas de scanner cerebral de 44 pessoas entre 1991 e 1993, com as condições meteorológicas durante o mesmo período.
Eles levaram em conta temperaturas diárias, radiações solares e precipitações na região de Boston, onde moravam os participantes.
Os pacientes, todos voluntários com idades de 25 a 52 anos no começo do estudo, sofriam de esclerose múltipla, mas não recebiam tratamento.
Cada um destes pacientes foi submetido a oito scanners semanais e depois a cada duas semanas. Depois, eles foram examinados durante seis meses.
Um ano depois, os autores do estudo detectaram 310 novas lesões cerebrais em 31 destes pacientes. Os demais não desenvolveram novas lesões.
Os autores constataram que temperaturas mais elevadas e maiores radiações solares estavam vinculadas a uma maior intensidade de esclerose múltipla.
Ao contrário, nenhum vínculo foi estabelecido entre as precipitações e a evolução da doença.
A esclerose múltipla é uma doença neurológica caracterizada pela destruição progressiva da camada que recobre os nervos cerebrais e da medula espinhal, cuja causa ainda é desconhecida.