Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Antidiabético oferece esperança na luta contra o câncer de pulmão

O antidiabético metformina reduz singificativamente a frequência do câncer de pulmão em ratos de laboratório expostos a um derivado da nicotina, elemento cancerígeno do tabaco, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela Associação para a Pesquisa do Câncer dos Estados Unidos.

As cobaias que receberam o medicamento por via oral registraram um índice entre 40 e 50% a menos de tumores, enquanto que nos que foram tratados com injeção, o risco de câncer caiu 72%, segundo os cientistas envolvidos na pesquisa.

O estudo mostrou que a metformina ativa uma enzima produzida pelas moléculas dos antibióticos que neutralizam uma proteína chamada mTOR, que tem um papel-chave no crescimento e sobrevivência das células do câncer de pulmão, explicou o dr. Philip Dennis, do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, principal autor do trabalho.

Agora estão previstos testes clínicos para determinar se o medicamento contra diabetes pode ser utilizado como quimiopreventivo para os fumantes com alto risco de desenvolver câncer de pulmão.

"Os estudos epidemiológicos realizados antes revelam que os diabéticos que tomavam metformina têm risco menor de desenvolver câncer", afirmou o dr. Jeffrey Engelman, diretor do Centro de Pesquisa sobre o Câncer do Hospital Geral de Massachusetts.

"Nessa pesquisa com ratos, os investigadores controlaram cuidadosamente a glucose, o que sugere que o efeito da metformina pode ser observado além da população diabética", observou.

O câncer de pulmão é o mais mortal de todos os tipos de câncer e o que mais se expande no mundo, com mais de 12 milhões de casos novos a cada ano, e uma mortalidade anual de cerca de 8 milhões de pessoas.

A metformina é utilizada frequentemente para tratar a diabetes do tipo 2.