Ciência e Saúde

Anvisa reprova os cigarros eletrônicos, sucesso nos Estados Unidos

postado em 04/12/2010 08:00
Encontrados em qualquer quiosque dos Estados Unidos e vendidos clandestinamente na internet para qualquer lugar, os cigarros eletrônicos estão fazendo cada vez mais sucesso pelo mundo. As informações sobre seus efeitos sobre a saúde, porém, ainda são muito limitadas ; no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetou o equipamento. Pesquisadores da Universidade da California-Riverside testaram cinco marcas de cigarros eletrônicos para saber o quão seguros eles são. Todos foram reprovados.

O resultado do estudo foi publicado na edição deste mês da revista Tobacco Control. Diferentemente dos cigarros tradicionais, que funcionam à base da queima de tabaco, os eletrônicos vaporizam a nicotina, com outros diversos compostos químicos, na forma de aerossol. Por isso, parece sair uma fumacinha da ponta do cigarro, que, na verdade, é uma névoa de toxicidade. Os pesquisadores lembram que ainda se sabe muito pouco sobre os efeitos do aerossol e clamam que os equipamentos saiam urgentemente das prateleiras, até que a segurança seja avaliada adequadamente.

;Muitas pessoas acreditam que os cigarros eletrônicos são um substituto seguro dos convencionais, mas não há estudos científicos suficientes para provar sua segurança. O nosso estudo, um dos primeiros a testá-los, mostra que esses produtos têm muitas imperfeições, que podem causar sérios problemas de saúde pública;, disse Prue Talbot, diretor do Centro de Células Tronco da UC Riversidade, por meio de uma nota distribuída à imprensa. O professor de biologia celular e neurociência participou do estudo, juntamente com Anna Trtchounian, a principal autora da pesquisa. Juntos, eles examinaram o design, a claridade e a precisão das embalagens quanto às informações de quantidade de nicotina e modo de uso.

Segundo eles, faltam informações importantes sobre o uso. Além disso, qualquer fissura nos cartuchos pode expor a nicotina, fazendo com que um perigoso efeito químico se espalhe ; não só no organismo do fumante, mas em todo o ambiente. Outra preocupação é que, na falta de uma regulamentação do produto, não raramente ele é contaminado. ;Mais informações sobre o potencial tóxico e os efeitos no organismo dos vapores do cigarro eletrônico são necessárias, antes que possamos ter uma resposta definitiva sobre a segurança desse produto;, alertam os autores do estudo.

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