Ciência e Saúde

Camponeses pedem, em Cancún, respeito aos povos do mundo

Agência France-Presse
postado em 07/12/2010 15:50
CANCÚN - Milhares de camponeses fizeram uma marcha quilométrica esta terça-feira até o local onde se celebra a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas de Cancún para exigir um "acordo que respeite os povos do mundo".

Convocados por associações rurais e pela organização internacional Via Campesina, os milhares de camponeses partiram em uma ensolarada manhã do centro de Cancún com destino a um hotel luxuoso, distante mais de 20 km, onde representantes de más de 190 países estão reunidos até a próxima sexta-feira negociando o futuro da luta contra as mudanças climáticas.

"É urgente um acordo de redução de 50% (das emissões) dos gases de efeito estufa e estamos exigindo a Estados Unidos, Japão, China e G8 que cedam ante este apelo dos povos do mundo", disse à AFP Rafael Alegría, da Via Campesina hondurenha, cercado de centenas de bandeiras com as cores do arco-íris, símbolo da Mãe Terra e bandeiras verdes dos camponeses.

"É melhor que (os negociadores de Cancún) não cheguem a nenhum acordo do que obter um acordo ruim", disse à AFP Ash-Lee Woodard, da aliança Grass Root Global Justice, dos Estados Unidos.

Ao som de tambores, matracas e flautas bolivianas, os manifestantes cantavam, "a terra não se vende, se ama e se defende", exibindo cartazes onde se liam palavras de ordem como "soberania alimentar já" e "os bosques não são matérias-primas".

A proposta boliviana da Conferência Mundial dos Povos sobre as Mudanças Climáticas, celebrada em Cochabamba, é o ideal de acordo climático para os participantes desta marcha, um acordo que respeite os povos tradicionais e pequenos produtores indígenas.

Sob o lema "Milhares de Cancún pela Justiça Climática", o protesto conta com o apoio, segundo os organizadores, de manifestações simultâneas em várias cidades de México, Estados Unidos, América Latina e Europa.

Os camponeses sofrem diretamente o impacto das mudanças climáticas, com fenômenos extremos como os cada vez mais frequentes e violentos furacões, que devastam colheitas, e a dramática diminuição da água em amplas regiões.

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