Agência France-Presse
postado em 08/12/2010 22:03
Cancún (México) - O Banco Mundial (Bird) anunciou esta quarta-feira (8/12), à margem da Conferência Climática da ONU (COP16), no México, a criação de um fundo que poderá alcançar os US$ 100 milhões para ajudar os países em desenvolvimento e emergentes a estabelecer os próprios mercados de carbono."Lançamos esta associação para permitir um intercâmbio de informação, mas também para aportar um apoio financeiro", explicou Robert Zoellick, presidente do Bird. "Há um certo número de países como China, Chile, Indonésia e México, que analisam ativamente em que medida podem utilizar instrumentos de mercado para implementar seus projetos de redução de emissões" de gases de efeito estufa, acrescentou.
Essa iniciativa, que deve começar a operar em 2011, se concentra em sistemas como os mercados de cotas de emissões ou o mercado internacional de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).
Esse mecanismo permite às indústrias dos países desenvolvidos reduzir uma parte das emissões de gases estufa mediante investimentos em projetos que reduzam as emissões destes gases nos países pobres.
"Alguns destes programas podem ser estabelecidos na escala de um país, de uma região ou de um setor", disse Zoellick. "Uma das possibilidades é a de interconectar depois estes diferentes mercados", acrescentou.
Xie Zhenhua, vice-presidente da influente Comissão Nacional chinesa de Desenvolvimento e Reforma, destacou que a China tem a intenção de "estudar a viabilidade" de um sistema de cotas de emissões e julgou que a iniciativa do Bird representa uma ajuda importante.
O Banco Mundial recebeu até agora promessas de financiamento para este fundo da Austrália (US$ 10 milhões), da Comissão Europeia (US$ 5 milhões), dos Estados Unidos (US$ 5 milhões) e da Noruega (US$ 5 milhões).
Alemanha, Japão e Reino Unido também anunciaram a intenção de apoiar financeiramente essa iniciativa.
A ONG Amigos da Tierra, ferozmente contrária aos mecanismos de mercado no combate às mudanças climáticas, denunciou imediatamente "o papel perverso" do Banco Mundial na luta contra o aquecimento global.