Ciência e Saúde

Sistema músculo-esquelético é, ao mesmo tempo, incrivelmente forte e frágil

postado em 05/01/2011 08:00
Os primeiros passos de uma criança são sempre acompanhados com emoção e entusiasmo por aqueles que estão por perto. Depois desse momento marcante, porém, caminhar se torna tão natural que poucos bípedes se dão conta de quantos músculos, ossos, articulações, ligamentos e tendões são acionados para que possamos nos deslocar de um lugar ao outro. Além de proporcionar estabilidade e movimentação, o sistema músculo-esquelético tem uma ligação importante com o vascular, já que a contração dos músculos comprime os capilares dos vasos sanguíneos para que o sangue volte ao coração. ;É justamente por isso que, quando permanecemos muito tempo parados, seja sentados ou em pé, ficamos vulneráveis aos problemas circulatórios. É preciso se movimentar, sempre;, observa José Ricardo Pécora, ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo (USP). O sistema locomotor, no entanto, tem sofrido com a sobrecarga imposta pela vida contemporânea. Segundo Pécora, dois fatores distintos contribuem para isso: por um lado, a obesidade; por outro, o excesso de exercícios, praticados por pessoas que abusam de atividades físicas sem qualquer orientação. ;Nos dois casos há um desequilíbrio e a estrutura que nos sustenta e movimenta não é capaz de suportar. A expectativa de vida aumentou também e os idosos são mais ativos do que há décadas. O desgaste é natural;, considera. O avanço tecnológico na área da medicina e o conhecimento da fisiologia do exercício têm sido aliados importantes para prevenir ou remediar os danos no sistema músculo-esquelético. Atualmente, ortopedistas conseguem tratar lesões decorrentes de traumas ou sobrecargas nas articulações com intervenções cirúrgicas menos invasivas e traumáticas. A recuperação é bem mais rápida e a pessoa costumeiramente consegue voltar rapidamente a suas atividades. A coluna e os membros inferiores são os que mais sofrem problemas. ;A obesidade sobrecarrega o sistema músculo-esquelético de duas formas. Uma delas pelo efeito direto, pelo próprio peso. A outra, devido a uma enzima presente no tecido adiposo altamente deletéria à cartilagem articular, o que favorece a artrose;, explica Pécora.
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Força reduzida O fisioterapeuta e professor do curso de fisioterapia da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Chieregato Matheus observa que, em condições de imobilidade ou sedentarismo, ocorre uma redução da reserva funcional do sistema músculo-esquelético, resultando em atrofia, fraqueza, fadiga precoce e diminuição gradual da massa óssea. ;Os sinais indicativos da sobrecarga são dor localizada, desconforto, fadiga, sensação de peso, formigamento, dormência, diminuição de força, inchaço e enrijecimento muscular;, pontua. No sistema músculo-esquelético, Matheus esclarece, o fisioterapeuta atua para favorecer a flexibilidade muscular, diminuir os quadros inflamatórios, acelerar os processos cicatriciais, potencializar as funções do músculo e dos ossos para se obter significativos ganhos de força, precisão, coordenação e equilíbrio. O fisioterapeuta lembra ainda que o ritmo de vida adotado atualmente pela maioria das pessoas nem sempre permite o uso adequado do corpo. A boa alimentação deixa de ser prioridade. ;É muito importante estabelecer uma frequência semanal de atividades, sempre supervisionada, para manter o sistema músculo-esquelético saudável;, avalia. Leia amanhã O delicado e sofisticado funcionamento dos olhos

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