O diálogo entre o mundo acadêmico, a universidade e as diversas áreas do conhecimento motivou um grupo de alunos da Universidade de Brasília (UnB) a organizar a terceira edição do Todo ; Semana Universitária de Artes, Arquitetura, Comunicação e Design da UnB. A partir de hoje, o câmpus será transformado em espaço de debates e oficinas destinados a compartilhar e trocar com a sociedade o conhecimento produzido dentro e fora da universidade. Organizado pelos próprios alunos, o Todo reúne estudantes e professores de seis cursos, profissionais atuantes no mercado e participantes da comunidade não acadêmica.
O evento tem a intenção de quebrar fronteiras. ;Achamos que não existe o diálogo com a sociedade. A universidade produz muito conhecimento e a comunidade também, então é bom haver troca. A universidade está muito voltada para a comunidade acadêmica que lhe é própria e, às vezes, não dá atenção para as tradições populares;, explica Octávio Sousa, um dos coordenadores do Todo. Além de debates e oficinas, a programação inclui exposições de gravuras, maquetes, fotografia, música e uma festa de encerramento com bandas da cidade.
Victor Guerra, professor do curso de desenho industrial, encara a semana como uma oportunidade para reunir saberes que acabaram afastados dentro da própria academia. ;Chegamos a um nível de especialização técnica sem igual na história, mas não há conexões entre as áreas. A gente vai fundo no conhecimento separado, só que acaba não rendendo porque as áreas não conseguem se conectar;, diz. ;As áreas de ciências aplicadas têm mais coisas em comum do que diferenças.; Guerra vai ministrar oficina sobre a relação entre a filosofia e o design gráfico, um exemplo de como o diálogo entre as diversas áreas do conhecimento pode ser produtivo. Hoje, durante a primeira palestra, os artistas e professores Glênio Bianchetti, Grace de Freitas e o fotógrafo Luis Humberto abrem o Todo com uma mesa redonda sobre a experiência dentro e fora da universidade.
A ideia também vale para encarar o mercado. Nem sempre os recém-formados encontram imediatamente o caminho profissional, mas o diálogo com o mundo extra-acadêmico ajuda. Formada em 2010, Carolina Barnell conhece a importância desse contato. Enquanto cursava artes na UnB, ela trabalhou na produção de grandes exposições na cidade. Acabou contratada para ajudar a produzir a 29; Bienal Internacional de Artes de São Paulo e hoje trabalha para a Fundação Bienal.