WASHINGTON - Os pinguins jovens da Antártica estariam morrendo, devido a dificuldades para encontrar alimento, já que o derretimento do gelo afasta os pequenos peixes que comem, informaram cientistas americanos.
Só cerca de 10% dos bebês pinguins etiquetados estão retornando em dois a quatro anos para reproduzir-se, quando nos anos ;70 essa cifra ascendia a entre 40% e 50%, assinala o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os ;pinguins de barbicha; (Pygoscelis antarctica), conhecidos por suas marcas na cabeça semelhantes a um gorro e a linha preta no pescoço, são o segundo maior grupo na região, depois dos ;pinguins-macaroni; (Eudyptes Chrysolophus), e correm risco particular, uma vez que sua população se restringe a uma só área, as ilhas Shetland do Sul (entre a Península Antártica e Ushuaia, no extremo sul da Argentina).
"É uma mudança dramática", disse à AFP Wayne Trivelpiece, da Divisão de Investigação do Ecossistema Antártico da Administração Nacional Atmosférica e de Oceanos (NOAA). "Ainda há entre dois e três milhões de casais de ;pinguins de barbicha; nesta região, mas havia entre sete e oito milhões duas décadas atrás", assinalou.
O estudo, de 30 anos, inclui os pinguins Adelie (Pygoscelis adeliae) na Antártica ocidental e acompanhou a evolução de sua principal fonte de alimentação, o krill - pequenos crustáceos parecidos aos camarões, presentes fundamentalmente na cadeia alimentar de baleias, focas e pinguins.