Agência France-Presse
postado em 14/04/2011 12:01
Washington - Algumas partes do cérebro afetadas pelo Mal de Alzheimer começariam a encolher até dez anos antes de esta degeneração cerebral incurável ser diagnosticada, segundo um estudo divulgado nos Estados Unidos.Embora sejam resultados preliminares, os pesquisadores consideram que esta descoberta poderá permitir um dia, com a ajuda do IRM (Imagens por Ressonância Magnética), determinar quais são as pessoas que apresentam maior risco de desenvolver a doença, muitas vezes hereditária.
Para sua pesquisa, os médicos mediram com IRMs as áreas do cérebro geralmente afetadas pelo Mal de Alzheimer de 64 pessoas saudáveis, sem problema de memória ou outros sintomas de demência. Eles as acompanharam durante um período que vai de sete a onze anos.
Eles constataram que os indivíduos com menor espessura do córtex - camada cinza que contém os neurônios, essenciais às funções cognitivas, sensoriais e motoras - representavam um risco maior de sofrer do Mal de Alzheimer em comparação com aqueles com essas mesmas partes do cérebro mais espessas. Além disso, no grupo de onze participantes que tinham essas áreas cerebrais mais modestas, 55% desenvolveram o Mal de Alzheimer.
Em troca, nenhum paciente no grupo de nove pessoas com os maiores tamanhos dessas mesmas partes do cérebro sofreu de Alzheimer, indicam os pesquisadores que apresentaram o seu estudo na revista Neurology, publicação da American Academy of Neurology. No grupo de indivíduos com essas zonas cerebrais de tamanho médio, 20% sofreram do Mal de Alzheimer. "Essas medidas são um indicador potencialmente importante das primeiras mudanças no cérebro ligadas ao Alzheimer. Elas podem ajudar a prever quem são as pessoas com maior risco de ter essa doença e, talvez, determinar quando a doença vai se manifestar", explica o Dr. Bradford Dickerson, da Faculdade de Medicina de Harvard (Massachusetts, nordeste), principal autor do estudo.