Agência France-Presse
postado em 19/05/2011 21:25
Washington - O espectrômetro magnético Alpha 2 (AMS), um detector de partículas destinado a esquadrinhar os enigmas da formação do universo, foi acoplado com sucesso, esta quinta-feira (19/5) , à Estação Espacial Internacional (ISS), e começou imediatamente sua busca pelo desconhecido.Os cientistas avaliam que esta experiência, com custo estimado em dois bilhões de dólares, poderia abordar os fundamentos da física de partículas.
A delicada coreografia para transferir o AMS de 7,5 toneladas do compartimento de carga do ônibus espacial Endeavour ao seu ponto de ligação com o exterior da ISS, do lado direito da Estação, terminou às 10H46 GMT (07h46, hora de Brasília).
O trabalho havia começado 2h15min antes, quando os astronautas Andrew Feustel e Roberto Vittori, um italiano da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), começaram a manobrar o braço mecânico de 16 metros de comprimento para retirar delicadamente o AMS do compartimento de carga do ônibus espacial.
Assim, "o piloto Greg Johnson e o especialista Greg Chamitoff usaram então o braço mecânico para instalar o AMS na estação", explicou a Nasa.
Um mecanismo de sujeição automática permitiu colocar solidamente em seu lugar o detector de partículas.
Minutos depois, com um comando à distância, os astronautas conectaram um grupo de cabos elétricos e de transmissão de dados ao AMS.
A compilação de dados produzida pelo detector de partículas começou quase em seguida, anunciou a agência espacial americana.
As equipes científicas do AMS trabalharão dia e noite para coletar a massa de dados enquanto a ISS estiver em órbita, isto é, pelo menos até 2020.
Um poderoso íma, concebido para criar um campo magnético que desvia a trajetória das partículas cósmicas que viajam através do espaço, o AMS permitirá a oito instrumentos científicos obter preciosas informações sobre estas partículas.
Centenas de cientistas de 16 países que participam do projeto esperam poder elucidar os enigmas da formação do universo, descobrir a antimatéria ainda impossível de encontrar e compreender a natureza da matéria negra invisível, que forma até 25% do universo.
A matéria visível seria apenas de 4% a 5% do total e os 70% restantes seriam formados por restos de matéria escura, uma força repulsiva, contrária à gravidade, e explicaria porque a expansão do universo se acelera.