Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo condena medicamento Champix; Pfizer se defende

O medicamento Champix, prescrito para quem quer deixar de fumar, apresenta riscos cardiovasculares significativos, segundo um novo estudo, publicado nesta segunda-feira, e criticado pelo laboratório Pfizer, que comercializa o produto.

Segundo o estudo publicado na revista científica Canadian Medical Association Journal (CAMJ) e realizado com 8.000 pessoas que, em geral, não têm problemas cardíacos, o uso da molécula vareniclina (comercializada com o nome Champix) "está associado a um risco crescente de 72% das hospitalizações por acidentes cardiovasculares graves como um ataque ou uma arritmia cardíaca".

"Sabemos há anos que o Champix é um dos medicamentos com receita mais perigosos do mercado americano, basta observarmos os efeitos colaterais declarados", disse, em comunicado, o professor Curt Furberg, principal autor do estudo.

"O medicamento provoca perdas de memória, trastornos visuais, suicídios, estados de violência ou depressão e agrava os casos de diabetes", disse. "A esta lista, podemos, agora, agregar graves problemas cardiovasculares".

Após a publicação, a Pfizer rejeitou as acusações e criticou o método do estudo, especialmente "a maneira em que foram contados e classificados os acidentes cardiovasculares".