postado em 15/07/2011 11:24
Em sua conferência na Reunião Anual da SBPC, na qual detalhou o Plano Nacional da Educação (PNE), o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu que haja maior integração entre as políticas públicas para os ensinos básico e superior. ;É preciso que pare de existir essa cisão em que os dois níveis são vistos de maneira isolada;, afirmou. ;Hoje, sabemos que o atendimento que uma criança recebe na educação infantil reflete-se em todo o ensino fundamental, e até em seu desempenho acadêmico;, salientou.Segundo Haddad, a melhoria na qualidade do ensino público passa pelo entendimento de que se trata de um sistema integrado. ;Essa mentalidade atrasada de que o Brasil é um país pobre e que é necessário focar esforços e recursos apenas no ensino fundamental não tem mais lugar;, disse. Por isso, segundo ele, o PNE prevê que 7% do Produto Interno Bruto brasileiro seja investido no sistema educacional.
Enem
Em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste ano teve o número recorde de inscritos de 6 milhões de estudantes, o ministro defendeu que os problemas são inevitáveis, mas que as edições têm sido cada vez menos problemáticas. ;Todos os países que têm o seu Enem enfrentam problemas logísticos. O nosso é o segundo maior do mundo, atrás apenas do chinês, então temos de mobilizar todos os nossos recursos materiais e intelectuais para superar esse tipo de questão;, disse Haddad. ;De qualquer forma, a edição de 2010, foi muito melhor que a de 2009. Nós estamos melhorando ano após ano;, completou.
O ministro também criticou o Projeto de Lei n; 220/2010, aprovado na Comissão de Educação no Senado Federal, que desobriga as universidades a contratarem mestres e doutores, permitindo que qualquer pessoa com ensino superior lecione nas instituições. ;Hoje, temos um total de 50% de mestres e doutores, nossa meta dentro do PNE é ampliar esse percentual para 70%;, afirmou o ministro. ;Claro que reconhecemos que um médico sem titulação possa compartilhar sua experiência profissional na academia, que um desembargador sem titulação possa eventualmente ministrar aulas em um curso de direito, mas essa é a exceção, e não pode ser tratada como regra;, afirmou. (MMM)