O Universo tem quase 14 bilhões de anos e, mesmo velhinho assim, está em plena atividade. Desde o big bang, momento em que o ponto que deu origem ao Cosmos começou a se expandir, partículas surgiram para todos os lados do recém-criado tempo-espaço. Juntas, formaram átomos, que deram origem a uma infinidade de habitantes celestes. Como, na natureza, nada se perde, a morte de uma estrela significa o início de uma nova vida. Mesmo um ser humano deixa seu legado eterno: pelas contas do escritor Bill Bryson, 1 bilhão de átomos de um indivíduo pode, um dia, ter habitado o organismo de figuras famosas, como William Shakespeare ou Napoleão.
Tudo o que existe, seja no céu ou na Terra, é feito das partículas fundamentais e compostas resultantes do big bang. Da mesma forma que, há 4 bilhões de anos, moléculas de água se juntaram a outros elementos, como fósforo e cálcio, para dar origem à vida primitiva nos oceanos terrestres, lá no alto, partículas sólidas e gasosas formaram estrelas, planetas, cometas, asteroides e todos os corpos conhecidos e ainda à espera da descoberta. O ciclo de renovação no Universo não para.
Os primeiros objetos celestes identificados pelo homem foram o Sol, a Lua e as estrelas. Há 32 mil anos, os homens do Paleolítico marcavam em ossos o ciclo do satélite da Terra. Os antigos egípcios já conheciam cinco planetas, e a passagem de cometas era observada na China, há milhares de anos. Com a evolução tecnológica, supertelescópios conseguem flagrar planetas fora do nosso Sistema Solar, nebulosas, aglomerados de estrelas, buracos negros, pulsares, quasares, galáxias distantes e toda espécie de habitantes desse ;zoológico; espacial.
Invisíveis
Nenhum equipamento, porém, foi capaz, até agora, de identificar a matéria escura, que, junto da energia escura, compõe mais de 90% do Universo. Ela age como uma ;cola; gravitacional, evitando que astros saiam voando Cosmos afora. Os astrofísicos não sabem dizer que matéria é essa, de quais partículas exóticas é feita, nem como seria sua aparência. Mas têm certeza de que ela existe, por causa da ação gravitacional que exerce sobre os corpos celestes.
Outro mistério é a energia escura, de cuja existência muitos cientistas até duvidam. Os que defendem a hipótese apostam que, graças a essa força repulsiva, que interage com a gravidade de maneira inversa, o Universo continua a se expandir de forma acelerada. É o que Albert Einstein chamava de constante cosmológica. A promessa das agências espaciais é que os supertelescópios da próxima geração consigam informações sobre sua natureza.