postado em 05/08/2011 09:47
Cientistas norte-americanos e suíços encontraram, pela primeira vez, evidências de que há água salgada em Marte. A pesquisa, publicada hoje na revista especializada Science, revela manchas em montanhas do planeta, que aparecem e desaparecem conforme a época do ano. Embora ainda não haja certeza sobre o que compõe essas marcas, a avaliação das condições ambientais permitiu a suposição sobre a existência do líquido. ;Não temos nenhuma confirmação direta de que se trata de água salgada, a não ser a inferência, baseada em todas as características que vimos, de volatilidade e temperatura;, disse Alfred McEwen, um dos autores do estudo, em entrevista à Associação Americana de Ciência.Os pesquisadores passaram três anos marcianos ; o equivalente a pouco mais de cinco anos da Terra ; analisando imagens capturadas diariamente da superfície de Marte. Com o material, que fornece noção de profundidade, perceberam o aparecimento sazonal de sinais nas colinas. O fenômeno está diretamente relacionado à primavera e ao verão do Planeta Vermelho, quando a temperatura chega a agradáveis -23;C. ;Essa é a primeira vez que cientistas encontraram uma ligação entre esse fenômeno e a mudança de estação, indicando assim a possível fonte de água a partir dos depósitos com sal;, comenta o pesquisador Douglas Galante, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.
A busca de água em Marte não é algo recente. Os cientistas tentam, há anos, encontrar indícios de que há abundância do líquido em alguma parte do planeta. O problema é que, além de ter um imenso terreno, o local está sempre sob temperaturas extremas, que impedem a formação da substância do mesmo jeito que na Terra. ;Ou a água evapora ou congela rapidamente em partes mais profundas da superfície;, explicou Alfred McEwen. Diversas pesquisas já comprovaram que há umidade e gelo por lá, mas nunca em quantidade suficiente para proporcionar o aparecimento da vida. ;Com esse estudo, temos um indicativo da quantidade de água disponível nesses depósitos salinos, onde organismos poderiam sobreviver;, supõe Galante.