Agência France-Presse
postado em 30/08/2011 18:22
WASHINGTON - O governo americano anunciou nesta terça-feira (30/8) a nomeação de um novo chefe da agência encarregada de controlar a venda de armas, depois do escândalo originado por um programa secreto que permitiu contrabando de armamento para o México, para prender traficantes.O atual diretor provisório da ATF (Escritório de Controle de Álcool, Tabaco, Armas e Explosivos), Kenneth Melson, foi substituído por Todd Jones, um procurador federal em Minnesota, anunciou em um comunicado o Departamento de Justiça. Melson passará a ser conselheiro de ciência forense do Escritório de Política Legal do Departamento, completou o texto.
A ATF se viu envolvida em um grave escândalo há alguns meses, depois que veículos da imprensa divulgaram a operação "Fast and Furious" ("Velozes e Furiosos"), que permitiu desde o fim de 2009 a entrada no México de cerca de 2 mil armas.
O objetivo oficial era rastrear o tráfico dessas armas para chegar às redes de contrabando do crime organizado mexicano. Mas ao menos 122 armas foram utilizadas em crimes do outro lado da fronteira. Além disso, armas ligadas ao programa foram encontradas na local do assassinato do policial americano Brian Terry em 14 de dezembro de 2010, em confronto com supostos traficantes mexicanos no Arizona (sul dos Estados Unidos).
O procurador federal nesse estado, Dennis Burkey, atingido pelo escândalo, pediu demissão nesta terça-feira. "Elogio sua decisão de colocar os interesses do escritório do procurador-geral à frente de tudo", disse o procurador-geral americano, Eric Holder, em comunicado.
O incidente, revelado por agentes da própria ATF, provocou protestos por parte do governo mexicano de Felipe Calderón.
O México sustenta que mais de 80% das armas apreendidas dos cartéis do tráfico provêem dos Estados Unidos. O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou ter conhecimento do programa e assegurou ter ordenado a Holder uma investigação exaustiva.