Ciência e Saúde

Esqueleto da Idade da Pedra, de 7,5 mil anos, tem o rosto reconstituído

postado em 21/10/2011 10:17
O mais completo esqueleto da Idade da Pedra encontrado na Noruega, de 7,5 mil anos, teve o rosto reconstituído por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Dundee, na Escócia. A modelagem revelou um jovem belo e robusto. ;Espero que essa reconstrução seja bastante semelhante à realidade;, diz Jenny Barber, estudante de mestrado da instituição e uma das pessoas que trabalharam na peça. ;Ele vivia na caverna de Vistehola, perto de Stavanger. Agora, as pessoas podem olhá-lo direto nos olhos;, afirma.

O chamado Boy Viste tinha aproximadamente 15 anos quando morreu. Media cerca de 1,25m e provavelmente vivia em um grupo de 10 a 15 pessoas. Ele foi descoberto em 1907 e seu crânio e ossos ficam em exibição no Museu Arqueológico da Universidade de Stavanger. Para reconstituir o rosto do jovem, os pesquisadores utilizaram uma técnica forense, destinada normalmente a auxiliar as investigações policiais.

Agora, os noruegueses podem conhecer o rosto de um antepassado cujos hábitos já foram desvendados pelos cientistas. Graças ao lixo encontrado em torno da caverna, os arqueólogos deduziram que o clã onde o menino vivia se alimentava de peixe ; principalmente, bacalhau ;, além de ostras, mexilhões, alces e javalis. A morte precoce teria sido provocada por uma doença, já que não há, nos ossos do rapaz, nenhum indício de agressão.

Barber explica que, para reconstituir a aparência do menino das cavernas, a equipe utilizou raios X e técnicas tridimensionais. ;O objetivo foi criar algo o mais parecido possível com o original;, explica. Ela conta que examinou o crânio do jovem com escaneamento a laser, que forneceu dados precisos sobre sua anatomia.

Para ajudar em seu trabalho, a mestranda também se baseou em imagens do crânio de outro jovem de 15 anos. ;No entanto, a anatomia final corresponde à ossatura original;, explica. Depois de formar a imagem em computador, Barber passou a trabalhar em um modelo de plástico, preenchido com argila, resina plástica e fibra de vidro. Olhos, ouvidos e outros detalhes foram finalmente pintados ou adicionados.

O trabalho revelou que o menino tinha uma deformidade congênita que faz com que o crânio fique longo e estreito. Para mostrar essa característica, Barber decidiu deixar a cabeça modelada sem cabelo. Mads Ravn, chefe de pesquisa do Museu Arqueológico, ficou entusiasmado com o trabalho. ;É muito interessante conseguir olhar nos olhos de um antepassado remoto. A reconstituição feita por Barber nos deu uma chance fantástica de conhecer, em carne e osso, uma relíquia muito antiga;, diz.

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