Agência France-Presse
postado em 28/11/2011 17:25
BRASÍLIA - O Brasil defenderá o compromisso dos países ricos com a renovação do Protocolo de Kioto na conferência da ONU sobre mudanças climáticas iniciada esta segunda-feira (28), em Durban, África do Sul, informou esta segunda uma fonte oficial."No centro de tudo está o segundo período de compromissos do Protocolo de Kioto. O protocolo é uma ferramenta essencial (na luta contra as mudanças climáticas) e sua continuidade é necessária para manter um alto grau de ambição" nos resultados das negociações, disse o chanceler brasileiro, Antônio Patriota, em mensagem oficial.
O Protocolo de Kioto, negociado nesta cidade japonesa em 1997, é o único instrumento de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases estufa, e obriga 40 países industrializados a diminuir suas emissões destes gases. Mas o compromisso atual termina em 2012. Segundo Patriota, o Brasil assegurou que não aceitará "um retrocesso com níveis menores de compromisso" dos países ricos.
Japão, Rússia e Canadá informaram que não querem este segundo período de compromissos, justificando que Kioto não acolhe os maiores emissores do planeta: os Estados Unidos, que nunca ratificaram o documento, e a China, que está fora do tratado por ser considerado país em desenvolvimento.
O Brasil informou que o grau de compromisso dos países em desenvolvimento dependerá deste acordo. "O que se vai conseguir" em Durban "dependerá muito de Kioto", disse André Correa do Lago, diretor de Meio Ambiente da Chancelaria.
O Brasil coordenará suas posições com o grupo Basic de grandes emergentes (o qual integra ao lado de África do sul, Índia e China) e o chamado G77 e China, que reúne 130 países em desenvolvimento.