Ciência e Saúde

Estudo deixou 83 mortos na Guatemala entre 1946 e 1948

postado em 17/12/2011 08:00
Entre 1946 e 1948, centros de pesquisa norte-americanos expuseram 5,5 mil cidadãos da Guatemala a doenças sexualmente transmissíveis como sífilis e gonorreia, a fim de testar a eficácia da penicilina, principal antibiótico para esse tipo de mal. Cerca de 1,3 mil foram infectados, das quais apenas 700 receberam tratamento. Os testes, que foram autorizados pelo governo guatemalteco, que aparentemente não sabia dos riscos aos quais seus cidadãos estavam expostos, levaram à morte de 83 pessoas.

A história dos experimentos americanos na Guatemala veio à tona no ano passado, fruto de uma pesquisa histórica da professora Susan Reverby, do Wellesley College, de Massachusetts. Depois de o caso ter se tornado público, parentes das vítimas e alguns dos sobreviventes decidiram processar o governo norte-americano, em um caso que foi classificado pelo atual presidente da Guatemala, Álvaro Colom, como ;crime contra a humanidade; por parte dos EUA.

A Casa Branca instaurou uma comissão de inquérito para apurar o episódio, o que resultou em um relatório, divulgado em agosto passado, que reconhecia a condução dos testes e suas consequências. O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu desculpas públicas à população da Guatemala pelo episódio, descrito pela presidente da comissão de apuração, Amy Gutmann, como ;um pedaço vergonhoso da história médica;.

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