Agência France-Presse
postado em 17/01/2012 15:17
Paris - O número de acidentes graves com pedestres que andam com fones de ouvido (iPod, MP3...) triplicou em seis anos, informou um estudo americano publicado em uma revista especializada Injury Prevention (grupo British Medical Journals).As vítimas são principalmente adolescentes e jovens adultos.
A maioria dos incidentes acontece em zonas urbanas e apenas um caso em cada dez ocorre em área rural, de acordo com o estudo realizado entre janeiro de 2004 e junho de 2011.
A idade média das vítimas é de 21 anos. Entre elas, um pouco mais da metade (55%) foram atingidas por trens. Dois terços (68%) são do sexo masculino e 67% tinha menos de 30 anos.
Durante este período, 116 casos foram registrados no total. Em 2004/5 foram 16 casos, já em 2010/11 este número subiu para 47.
Das 116 colisões, 81 (70%) foram mortais. Em três quartos dos casos, testemunhas relataram que a vítima usava fones de ouvido no momento do acidente.
Em 29% dos casos, fizeram menção de buzinas ou sirenes de alarmes acionadas antes do pedestre ser atingido.
Para os pesquisadores, a distração do pedestre absorvido pela música, além da incapacidade de ouvir os sons exteriores, são provavelmente as origens dos acidentes.
Mas, escutar música, também reduz as fontes cerebrais que captam os estímulos externos, reduzindo a atenção visual a tal ponto que as pessoas ficam cegas ao que se passa no entorno, afirmou a equipe do Dr. Richard Lichenstein (Baltimore, Maryland) como hipótese.
"Os riscos pela utilização de aparelhos por condutores já foi bem documentado", escreveram. "Mas, sabemos pouco sobre a associação entre a utilização de fones e os acidentes com pedestres", acrescentaram.
Celulares e kits mãos livres não entraram no estudo.
Segundo dados americanos (National Highway Traffic Safety Administration), entre 4.000 e 5.000 pedestres morrem a cada ano em uma colisão com um veículo, representado 10 a 12% do total de mortes nas estradas dos Estados Unidos. E, os trens causam a morte de cerca de 50 pedestres por ano.