Ciência e Saúde

Ampliação do Canal do Panamá causará danos ambientais menores

Gláucia Chaves
postado em 08/02/2012 13:55
Construído para ser um atalho entre os oceanos Pacífico e Atlântico, o Canal do Panamá não atende mais todas as demandas da navegação internacional. Os 82km de extensão permitem que barcos com até 65 mil toneladas de carga passem pelo caminho, mas as empresas de frete internacional utilizam cada vez mais megacargueiros, embarcações com capacidade para até 300 mil toneladas ; o que tem causado prejuízos ao governo panamenho, que fatura cerca de US$ 10 mil por navio que utiliza a passagem. Por isso, o canal passa por uma ampliação, prevista para ser concluída em 2014.

A boa notícia é que, além de benefícios econômicos, a expansão trará ganhos ambientais, segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido. De acordo com o estudo, feito pelo professor da Faculdade de Ciência Marinha e Tecnologia Paul Stott e sua equipe, permitir que navios maiores passem pelo corredor representará uma redução de 16% na emissão de gases poluentes produzidos pela indústria naval na atmosfera. O engenheiro naval diz ainda que até mesmo o design dos cascos pode ajudar a preservar o meio ambiente. ;A restrição do feixe (área do ponto médio do comprimento do navio, situado na parte ;mais largo; da embarcação) em algumas partes da frota levou a uma forma do casco ineficiente;, justifica. ;A eficiência do casco determina a resistência que o navio produz e, assim, a quantidade de combustível necessário para empurrar o navio através da água;, detalha.

No trabalho, os pesquisadores ingleses quantificaram os potenciais ganhos de eficiência na indústria de granéis sólidos, como grãos e minério de carvão. Stott defende que, mesmo um navio que nunca vá para o Canal do Panamá pode ser projetado com um feixe compatível com as novas medidas, para ser flexível. ;A eficiência dos barcos poderia salvar 5,5% de combustível no setor graneleiro;, completa. Embora não faça parte dos objetivos principais da obra, o pesquisador acredita que as vantagens ambientais são ;consequências não intencionais que podem contribuir para a meta de criação de transportes mais verdes;.

Leia matéria completa na edição desta quarta-feira (8/2) do Correio Braziliense

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