postado em 16/02/2012 09:52
Quando uma pessoa sofre um infarto, o fluxo sanguíneo não vai para o tecido do coração e, consequentemente, não manda oxigênio para as células do local. Essa obstrução, com o passar do tempo, causa a morte celular. Para substituir as estruturas destruídas, o organismo cria uma cicatriz no local. Isso faz com que o órgão aumente de tamanho ; para que continue a trabalhar corretamente mesmo com uma parte ;inativa; ;, o que faz com que o paciente corra o risco de sofrer arritmias e insuficiência cardíaca (quando o coração não consegue bombear o sangue adequadamente). Médicos do Instituto do Coração Cedars-Sinai, nos Estados Unidos, encontraram uma possível solução para esse problema. No primeiro estudo que obteve resultados positivos ao usar terapia gênica no tratamento cardíaco, apresentado na edição on-line desta semana da revista científica Lancet, cientistas comprovaram que a inserção de células-tronco do próprio órgão no tecido danificado pode regenerar as unidades saudáveis, embora ainda não tenha a capacidade de fazer com que o músculo volte a funcionar como antes.O primeiro passo da equipe de pesquisadores foi coletar tecido cardíaco do próprio paciente para multiplicar, em laboratório, células-tronco derivadas dessa estrutura saudável. Cerca de 25 milhões dessas células, então, foram reintroduzidas na área lesionada do coração da pessoa que havia sofrido o infarto (veja infografia). O autor do estudo, Eduardo Marbán, diretor do Instituto do Coração Cedars-Sinai, conta ao Correio que ele e seus colegas conseguiram mostrar que a infusão de células-tronco cardíacas pode ajudar a regenerar o músculo saudável do órgão. ;Os pacientes que passaram pelo tratamento tinham cicatrizes que ocupavam cerca de 24% do coração. Em um ano, eles viram esse tecido diminuir pela metade, ocupando 12% do músculo. O grupo de controle ; que foi tratado com remédios ;, por sua vez, não obteve redução no tamanho da cicatriz;, detalha.
Para ele, foi surpreendente ter conseguido substituir uma cicatriz por tecido muscular vivo. ;Essa regeneração terapêutica é o ;Santo Graal; do tratamento celular, mas nunca tinha sido feita antes;, comemora o pesquisador, que ressalta o fato de seu projeto ter sido o pioneiro em obter resultados positivos. ;Até nosso estudo, havia o dogma de que a fibrose (tecido de cicatriz) no coração, uma vez formada, era permanente. Não havia modo de diminuir a área danificada e fazer com que o músculo saudável voltasse a crescer;, recorda.
A matéria completa você lê na edição impressa desta quinta-feira (16/2) do Correio Braziliense.