Ciência e Saúde

Aquecimento global pode dificultar a sobrevivência, na Antártida, de peixes

postado em 16/02/2012 10:04
As regiões polares são os locais onde se observa o maior aumento de temperatura do ambiente, devido às mudanças climáticas. Enquanto no planeta a elevação média nos últimos 50 anos foi de 0,8;C, na Antártida, o aquecimento foi 2;C e, no Ártico, de 5;C. Inicialmente, os números não parecem alarmantes, mas podem colocar em risco a vida de um grupo específico e muito importante de peixes que vivem no Polo Sul: os nototenioides, base alimentar de diversos animais e peça-chave para o equilíbrio ecológico da região.

Breno Fortes/CB/D.A.Press

Esses peixes, adaptados para viverem em águas com temperaturas extremamente baixas e para suportarem os altos níveis de radiação ultravioleta em seu hábitat, podem sofrer estresse psicológico devido ao ;calor;, como constatou uma equipe de pesquisadores de diversos países, liderados por um cientista da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O estudo, publicado nesta semana na edição on-line da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), inicialmente tinha como objetivo apenas compreender como os nototenioides evoluíram para viver na região. ;De fato, conseguimos analisar seu processo evolutivo, mas, durante a pesquisa, notamos que, devido ao padrão desses peixes de se adequarem às condições polares, a tendência de o Oceano Antártico se aquecer representa uma ameaça para as espécies;, comenta Thomas Near, principal autor do estudo e professor de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Yale.



Como esses animais são a principal fonte de alimentação de pinguins, algumas espécies de baleias e focas, a redução de sua população pode levar a um desequilíbrio ecológico na região. Near descreve que as temperatura mais elevadas, além de causarem estresse nos peixes, vão permitir que outras espécies não antárticas colonizem as águas do Polo Sul. ;Não sabemos o que pode ser feito, além da prevenção do aquecimento do Oceano Antártico, para evitar a extinção dos nototenioides;, lamenta o pesquisador de Yale.

A matéria completa você lê na edição impressa desta quinta-feira (16/2) do Correio Braziliense.

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