Ciência e Saúde

Cern admite possível erro em estudos com neutrinos mais rápidos que a luz

Paloma Oliveto
postado em 24/02/2012 08:00
Laboratório de Gran Sasso, na Itália, utilizado nos experimentos: resultados causaram alvoroço por contradizerem a Teoria da Relatividade
O grande anúncio científico de 2011 pode ter sido, na verdade, um fiasco constrangedor. Sem confirmar que estavam equivocados, físicos do projeto Ópera, do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), afirmaram que dois problemas técnicos relacionados ao sinal do GPS utilizado na pesquisa, incluindo um cabo frouxo, podem ter levado a uma medição errada da velocidade em que os neutrinos, partículas subatômicas que interagem pouco com a matéria, cruzaram os Montes Apeninos, entre o centro, na Suíça, e o laboratório Gran Sasso, na Itália. Há cinco meses, os pesquisadores causaram alvoroço ao anunciar resultados que contradizem a Teoria Geral da Relatividade, de Albert Einstein, o que, se confirmado, mudará praticamente tudo o que se sabe sobre o funcionamento do Universo.

No fim de setembro, o grupo, que faz parte de um consórcio internacional de cientistas, anunciou que neutrinos percorreram os 730km entre o Cern e o laboratório subterrâneo de Gran Sasso com uma vantagem de 60 nanossegundos em relação à luz, chegando 6km antes. A maioria dos especialistas não acreditou que a partícula tivesse superado esse limite. Dois meses depois, contudo, o resultado de uma réplica do teste apontou a mesma velocidade, trazendo mais debates acalorados.

Desde a publicação do primeiro artigo científico, os integrantes do Ópera jamais haviam admitido problemas técnicos interferindo na extraordinária rapidez dos neutrinos. ;Fomos capazes de medir com precisão o tempo de percurso dos neutrinos;, disse Darío Autiero, cientista do Instituto de Física Nuclear de Lyon (França) e responsável de análises de medidas da equipe, depois do segundo teste. Porém, graças a uma nota que saiu na noite da última quarta-feira no site da revista americana Science, os físicos tiveram de afirmar, pela primeira vez, que o experimento pode não ter sido tão preciso assim.

A matéria completa você lê na edição impressa do Correio Braziliense desta sexta-feira (24/02)

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