Paloma Oliveto
postado em 08/03/2012 08:15
O transplante de órgãos traz vida nova a portadores de doenças crônicas, mas o preço que se paga ainda é alto. Para evitar rejeição, eles precisam tomar, durante toda a vida, medicamentos imunossupressores. Esses remédios têm uma série de efeitos colaterais, deixando o paciente, inclusive, mais suscetível a infecções e a tumores malignos. Um estudo publicado hoje na revista especializada Science Translational Medicine relata uma experiência bem-sucedida realizada em humanos, que poderá significar o fim da rotina de pílulas e mais pílulas ingeridas pelos transplantados. Os pesquisadores conseguiram, a partir de células-tronco, desenvolver uma técnica pela qual o organismo, naturalmente, se adapta ao novo órgão, sem reconhecê-lo como um intruso.Proporcionar maior qualidade de vida após o transplante é o objeto de estudo do cirurgião Joseph Leventhal, do Northwestern Medicine Hospital, em Chicago, nos Estados Unidos, há mais de uma década. Ele se dedica a pesquisar maneiras de evitar que o corpo do receptor rejeite o novo órgão, sem a necessidade de se tomar imunossupressores por longos períodos. ;Pense em uma criança que recebe um transplante. Ela tem a vida toda pela frente, o que faz com que os efeitos tóxicos desses medicamentos se acumulem por muito tempo. O risco que, mais tarde, ela tenha um câncer, por exemplo, é imenso, pois esse é um dos efeitos colaterais dos imunossupressores. Por isso, quando temos um candidato a receber o transplante, sempre pesamos os benefícios potenciais e os malefícios que o pós-operatório pode trazer;, explica.