Belo Horizonte ; Alimentação saudável é meta de quase todas as pessoas, mas a pergunta nunca se cala, em suas diferentes versões: como ter a convicção de que não estamos ingerindo também agrotóxicos junto ao sabor adocicado da maçã? Não haveria pesticidas entre o betacaroteno e o potássio daquela cenoura na prateleira do verdureiro? O que dizer da salada multicor? Feijão, arroz e milho também entram no rol dos potenciais suspeitos. E assim ficamos com essa eterna desconfiança.
Numa análise fria, agrotóxico é aquilo que se chama de mal necessário. Para que as lavouras produzam o máximo possível, sem repartir nada com as pragas, ele entra em cena para combater insetos, fungos e bactérias. Porém, o veneno que o agrotóxico carrega nunca sai inteiramente do alimento produzido e alguma coisa vai, por certo, para dentro do seu estômago, porta de entrada para possíveis enfermidades. Há fatores econômicos e sociais nessa lógica perversa. Com produção de larga escala, a comida tende a ser mais barata e alimentar muito mais bocas.