postado em 20/03/2012 08:01
O roteiro lembra os dramas épicos: um membro do grupo conspira contra o líder e, depois de assumir seu lugar, mata todos os descendentes de seu antecessor. Essa história, no entanto, não acontece apenas entre homens. É vivida também por algumas espécies de mamíferos cujos machos, ao tomar o controle do bando, tiram a vida dos filhotes que não são seus. Agora, pesquisadores norte-americanos comprovaram que a prática pode fazer com que fêmeas grávidas passem por abortos espontâneos ao notar a ascensão de um novo macho, uma estratégia para evitar que o organismo gaste energia gerando uma vida que, necessariamente, será destruída.Esse efeito sobre as fêmeas foi descrito pela primeira vez pela bióloga Hilda Bruce em 1959. Só agora, porém, cientistas conseguiram constatá-lo em animais selvagens por meio de um estudo mais aprofundado, realizado com babuínos Theropithecus gelada, no Parque Nacional das Montanhas de Siemens, na Etiópia. Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, constataram que o chamado efeito Bruce afeta as fêmeas grávidas da espécie cerca de 80% das vezes em que um estranho chega à comunidade.